O governo francês pondera aplicar um terceiro confinamento mediante um aumento de casos de Covid-19.
Muitos países optaram por reforçar as medidas sanitárias, apesar de a situação epidemiológica em França se ter agravado em vésperas da quadra natalícia, o executivo privilegiou um recolher obrigatório entre as 20h00 e as 6h00, com única exceção para a noite de 24 de Dezembro. Em sequência destes ajuntamentos familiares do Natal, as autoridades sanitárias francesas receiam um aumento de casos positivos e preparam-se para enfrentar uma terceira vaga epidemiológica no país.
"Já foi provado que o confinamento é hoje a estratégia mais eficaz para reduzir o aumento de casos", lembra Karine Lacombe, responsável do serviço de doenças infecciosas no hospital de Saint-Antoine, em Paris.
"A situação epidemiológica vai depender da forma como o sistema de saúde regem; os serviços ambulatórios com os médicos de família sobrecarregados ou ainda os próprios hospitais podem ficar saturados. É claro que é preciso tomar medidas", defende.
Embora o executivo francês garanta não ter ainda tomado medidas para janeiro, em cima da mesa está um novo confinamento para proteger "toda a população". O governo diz estar a "acompanhar hora a hora o que está a acontecer no país", lembrou o ministro da saúde, Olivier Véran.
O objetivo dos 5000 novos casos diários, apontado por Emmanuel Macron está cada vez mais longe e a pressão no meio hospitalar aumenta, com 1500 novas entradas diárias nos serviços de cuidados intensivos.
A situação começa a ser preocupante no "Grand Est, em Bourgogne-Franche-Compté, no distrito de Alpes-Maritimes e em Nice", onde os presidentes de câmaras já pediram um confinamento generalizado por regiões ou em todo o país. "Saberemos dentro de poucos dias qual o impacto dos ajuntamentos familiares do natal", assegurou Olivier Veran.
A França levantou o recolher obrigatório na noite do dia 24, permitindo aos franceses passar a noite de Natal em família. Na passagem de ano as regras mudam, o executivo recomenda não haver festejos - alegando que a noite de passagem de ano pode sair cara voltar a paralisar todo o país durante várias semanas.
O plano de vacinação arrancou este domingo na região parisiense com dezenas de idosos e profissionais de saúde, os primeiros voluntários a receber as vacinas contra a Covid-19 em França.