Donald Trump recusou, esta quarta-feira, reconhecer qualquer derrota nas eleições. Veja as imagens.
A mulher que ficou em estado grave depois de ter sido baleada pela polícia durante a invasão ao Capitólio não resistiu aos ferimentos e acabou por morrer. Além desta vítima mortal, foram contabilizadas mais três e ocorreram mais de 50 detenções.
Ao todo, pelo menos quatro pessoas morreram na invasão do Capitólio, em Washington, anunciou a polícia norte-americana, citada pela agência de notícias Associated Press (AP).
A polícia também deu conta de que tanto as forças de segurança, como os apoiantes de Trump utilizaram substâncias químicas durante as horas de ocupação do edifício do Capitólio. Pelo menos 14 polícias ficaram feridos, dois deles em estado grave.
A Guarda Nacional dos Estados Unidos da América foi mobilizada para ajudar a dispersar os manifestantes pró-Trump que, esta quarta-feira, invadiram o Capitólio e a Câmara dos Representantes, em Washington.
As autoridades também encontraram e desativaram duas bombas caseiras nas proximidades da sede dos secretariados nacionais dos partidos Democrata e Republicano. E descobriram ainda uma viatura no terreno do Capitólio, onde se encontrava uma espingarda e até dez bombas incendiárias, segundo a CNN.
Quatro horas após o início dos incidentes, as autoridades declararam que o edifício do Capitólio estava em segurança.
A presidente da Câmara de Washington, Muriel Bowser, prolongou o estado de emergência pública na capital por mais 15 dias, até depois da tomada de posse do Presidente eleito, Joe Biden, agendada para 20 de janeiro.
Antes, as autoridades já tinham ordenado evacuação de edifícios onde estão situados escritórios do Congresso americano. O vice-presidente norte-americano, Mike Pence, foi retirado da câmara do Senado e apelou ao fim da violência.
No edifício, depois de ter sido invadido por manifestantes que não aceitam a derrota de Trump nas eleições, foi encontrado pelo menos um explosivo. As autoridades indicaram ainda que foram usados químicos contra agentes da polícia.
Igor Bobic, repórter do Huffington Post, partilhou no Twitter imagens de manifestantes que conseguiram mesmo entrar no edifício e estão a poucos passos da câmara do Senado, que está agora isolada e trancada.
Outro repórter, Steven Nelson, do New York Post, captou imagens de manifestantes a descarregar extintores no interior do edifício.
Pouco antes das 13h00 locais (18h00 em Lisboa), escreve o Washington Post, um grupo de homens derrubou algumas das barreiras montadas em torno do edifício e percorreu os relvados que levam ao Capitólio. Centenas de pessoas ultrapassaram as barricadas enquanto gritavam "em frente!".
Trump quer paz
No Twitter, Trump pede aos manifestantes que apoiem a polícia do Capitólio e as forças de autoridade. "Eles estão do lado do nosso país. Mantenham-se pacíficos!", escreveu.
Recolher obrigatório em Washington
O mayor de Washington decidiu impor um recolher obrigatório na cidade, após a invasão do Capitólio. A CBS indica que a polícia já pediu reforços para ajudar a conter os manifestantes.
Alguns dos manifestantes tentaram mesmo chegar à escadaria que leva ao interior do Capitólio, mas foram impedidas pelas forças de autoridade. Os edifícios com ordem de evacuação são a Library of Congress James Madison Memorial Building e a Cannon House Office Building.
A sessão que estava a decorrer foi interrompida e os senadores foram levados para um "local seguro", indica a imprensa norte-americana.
Gás lacrimogéneo em utilização
Dentro do edifício, a polícia tenta dispersar os manifestantes com recurso a gás lacrimogéneo, como se vê nas imagens registadas pelos jornalistas que estão dentro do Capitólio.
Entretanto, os protestantes, que reclamam a vitória de Donald Trump, já conseguiram alcançar a sala principal do Senado.
A polícia pediu aos congressistas no interior da Câmara dos Representantes para colocarem máscaras de gás após a dispersão de gás lacrimogéneo no interior do Capitólio.
Vários órgãos de comunicação social norte-americanos avançam que o Departamento da Defesa terá recusado um pedido das autoridades de Washington DC para a mobilização da Guarda Nacional.
"Neste momento, a nossa democracia está sob um ataque sem precedentes"
O Presidente eleito Joe Biden condena a invasão ao Capitólio e pede a Donald Trump que vá à televisão nacional "para pedir o fim do cerco".
"Peço ao presidente Trump que vá à televisão nacional agora, para cumprir o seu juramento, defender a Constituição e exigir o fim deste cerco", disse Biden. "Não é um protesto, é uma insurreição. O mundo está a assistir."
Numa comunicação ao país a partir da cidade de Wilmington, Delaware, o democrata, que toma posse a 20 de janeiro, refere que a invasão "não representa a América, apenas um pequeno grupo de extremistas".
Poucos minutos depois de Biden falar ao país, Donald Trump partilhou um vídeo no Twitter onde apela aos seus apoiantes para "irem para casa", mas reafirmou que lhe "foi roubada" a vitória nas eleições.
Notícia atualizada às 7h18 de 7 de janeiro de 2021