Governo tem sido contestado nas últimas semanas. Decisão pode colocar o país numa crise política.
O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, vai apresentar a sua demissão na terça-feira ao Presidente Sergio Mattarella. O objetivo é garantir uma nova maioria para um novo mandato, numa altura em que o executivo é fortemente contestado.
Num comunicado, citado pela AFP, o gabinete de Conte indica que convocou um Conselho de Ministros para informar os ministros da sua intenção em ir ao Palácio de Quirinale, residência oficial do chefe de Estado italiano, Sérgio Mattarella, em Roma.
A intenção de Conte é conseguir que o chefe de Estado italiano proceda a uma nova nomeação para formação de Governo, a terceira em dois anos e meio, que permita ultrapassar a falta de apoio no Senado, após o abandono da coligação por parte do partido de Matteo Renzi.
Após semanas de críticas ao governo de Giuseppe Conte, nomeadamente sobre a gestão da pandemia e o programa de estímulo para aplicar mais de 200 mil milhões de euros a disponibilizar pela União Europeia (UE) no quadro do relançamento económico e do combate à crise sanitária, Matteo Renzi abriu uma crise política.
Na passada semana, Conte pediu ao Senado uma manifestação de apoio ao seu Governo, que tinha obtido no dia 17 de janeiro na Câmara de Deputados, mas falhou os 161 votos necessários para obter a maioria absoluta na câmara alta do Parlamento.
O abandono da coligação por parte do Itália Viva levou à demissão das duas ministras desta formação governamental e deixou o primeiro-ministro sem a maioria no Senado.
Terceira economia da zona euro e o primeiro país europeu a ser atingido duramente pela epidemia, Itália enfrenta a sua pior recessão desde a Segunda Guerra Mundial.
Uma crise governamental poderá ainda dificultar a aprovação de um novo plano de ajudas públicas de vários milhares de milhões de euros para apoiar os setores mais afetados pelos confinamentos para travar a progressão do novo coronavírus.