Política

CDS exige ao governo acesso imediato a medicamento inovador para fibrose quística

O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, intervém durante a reunião do Conselho Nacional do partido tendo como ponto único da ordem de trabalhos a apresentação, discussão e votação de Moção de Confiança à Comissão Política Nacional, na sede do partido, em Lisboa, 06 de fevereiro de 2021. A reunião realiza-se por videoconferência, devido às restrições da covid-19. ANTÓNIO COTRIM/LUSA LUSA

Francisco Rodrigues dos Santos deixou o apelo na sequência do vídeo viral de uma portuguesa que sofre de fibrose quística. Líder centrista encerrou congresso da JP com críticas sobre "Estado socialista glutão" e com farpas aos que desdenham a juventude na política.

"A burocracia não pode estar à frente da vida dos portugueses". É com esta frase que Francisco Rodrigues dos Santos faz uma exigência ao Infarmed e ao governo relacionada com um medicamento inovador e com a petição de uma jovem portuguesa que sofre de fibrose quística.

Constança Braddell publicou um vídeo nas redes sociais que, entretanto, se tornou viral a pedir um medicamento que já foi aprovado pela Agência Europeia do Medicamento, mas que em Portugal ainda não foi regulamentado. Para Francisco Rodrigues dos Santos, essa é uma situação inaceitável.

"Quero dizer à Constança, que já entregou uma petição pública no parlamento para que o processo de autorização da comercialização avance, que da parte do CDS exigimos ao Infarmed e à ministra da Saúde que garantam o acesso ao medicamento comparticipado", diz o líder centrista para quem "não há nada que justifique esta demora inaceitável e que se apresente como barreira a este processo a falta de dinheiro".

Além desta exigência, Francisco Rodrigues dos Santos insistiu na ideia de que o Plano de Recuperação e Resiliência não cumpre os objetivos que deveria cumprir e volta a pedir para que o documento seja votado no parlamento. E aí, aproveita para as críticas ao governo pela "atitude estatista e centrada nas obras públicas" quando deveria "criar uma dinâmica económica" voltada para os "mais pobres e empresas de setores mais afetados" pela crise pandémica.

"Este PRR mostra ainda, cada vez mais, um Estado socialista glutão que se confude com o PS, usa uma receita gasta que já sabemos que não serve, desviando a enorme maioria dos fundos europeus para investimentos públicos de utilidade duvidosa, em vez de os entregar às verdadeiras vítimas desta catástrofe que são as famílias e as nossas pequeno e micro empresas", sublinhou Rodrigues dos Santos no encerramento do congresso.

Crítica que deu depois mote a Francisco Camacho, novo presidente da Juventude Popular, para sublinhar que o plano do governo "é uma hipoteca às novas gerações, uma subtração à liberdade e uma redução da singularidade do país".

Bocas internas?

Sendo ele próprio um filho da JP, Francisco Rodrigues dos Santos não perdeu a oportunidade para alguns recados, internos ou não, sobre a capacidade de os mais jovens serem bem-sucedidos na política.

Desde logo, lembra que "o CDS deu vida à JP mas é a JP que dá vida ao CDS". A partir daí, elencou os pontos fortes desta juventude partidária para o desenvolvimento não só do partido, mas também da sociedade, realçando que os militantes não servem apenas para "agitar bandeiras", mas "agitar ideias".

"Quase parece que é necessário ter cabelos brancos para se ter uma carreira política em Portugal", começou por ironizar Rodrigues dos Santos.

"Quando vos disserem que a juventude é um defeito, respondam que passará com o tempo; quando vos acusarem de serem inexperientes, respondam que a experiência pressupõe uma primeira oportunidade de fazer e acontecer; quando vos perguntarem pela idade, respondam que é apenas um número e que nada diz sobre a vossa experiência e competências", vincou o líder centrista.

E numa altura em que todos recordam o último grande embate no Largo do Caldas com o desafio à liderança de Rodrigues dos Santos, o líder centrista atirou ainda, ao cuidado de todos, que "na JP não se troca uma ideia por um favor, um valor por um lugar, uma traição por uma oportunidade".