A reunião do Conselho Nacional do partido decorreu à porta fechada.
O Conselho Nacional do CDS aprovou este sábado, por larga maioria, o regulamento autárquico do partido com 169 votos a favor, 6 contra e 28 abstenções, ainda que a reunião tenha ficado marcada, mais uma vez, por uma troca acesa de argumentos entre os conselheiros.
Depois de Francisco Rodrigues dos Santos ter avisado que é a direção do partido que tem a última palavra na escolha dos candidatos autárquicos, não faltaram críticas ao excesso de zelo da direção e à tentativa de afastar alguns nomes apontados pelas concelhias.
"Não se vão discutir lugares à frente de valores e princípios"
Saneamento, purga e falta de sentido democrático foram algumas das críticas tecidas à direção de Francisco Rodrigues dos Santos pela alegada recusa em apresentar como candidatos a Lisboa os nomes propostos pela concelhia.
A TSF sabe que vários conselheiros, entre os quais Adolfo Mesquita Nunes e Telmo Correia, saíram em defesa de João Gonçalves Pereira, um dos três nomes indicados e com larga experiência autárquica na capital, que arriscam a não ter lugar na lista.
Já do lado da direção centrista ouviu-se que no partido não há insubstituíveis. Na troca de argumentos, Francisco Rodrigues dos Santos avisou que não contam com ele para "transformar o debate autárquico numa discussão unipessoal", tratando de lembrar que o partido tem regras: enquanto for presidente, garantiu, "não se vão discutir lugares à frente de valores e princípios".
Lembrando que o regulamento autárquico do partido é taxativo e categórico sobre qual o papel das estruturas locais mas também da direção centrista, Rodrigues dos Santos deixou claro que não vai abdicar da parte que lhe toca.
O presidente centrista rejeitou, ainda assim, as críticas de saneamento que considera "ofensivas" e "fantasiosas". Aos conselheiros, o líder do CDS garantiu que os nomes dos candidatos ainda não estão a ser discutidos, mas avisou que não se vai deixar enrolar em polémicas.