Duas centenas de pessoas testemunharam a explosão luminosa nos céus dos Estados Unidos da América. O debate sobre a origem do corpo celeste está aceso.
A American Meteor Society assinalou-o como o evento 2281-2021, o nome em código para um fenómeno raro ocorrido na noite de segunda-feira: a passagem de uma bola de fogo a uma grande proximidade da Terra (a aproximadamente 14967 km).
O meteoro iluminou os céus no estado da Florida, e desde as Bahamas a Jacksonville, centenas de pessoas captaram o rasto de luz, deixado nos céus às 22h19 (quando eram 03h19 em Portugal), adiantou o jornal The Guardian. Na ilha Grand Bahama, os residentes dizem ter ouvido um "estrondo sónico" e sentiram também um tremor, mas o fenómeno não terá sido ouvido em mais nenhum local.
Uma equipa de televisão em West Palm Beach conseguiu gravar o objeto celeste enquanto percorria o céu. Já um morador de Parkland registou o momento através de uma câmara de vigilância. Vários outros residentes carregaram fotografias do evento na base de dados da American Meteor Society.
WOAH! Big flash and streak across sky in West Palm Beach. Happened moments ago while we were on Facebook Live for a @CBS12 story.
Working to figure out what it was. pic.twitter.com/VDl9pFtb3h
My vantage point of the meteor / small asteroid lighting up the South Florida sky. Looking east from near Marco Island. pic.twitter.com/pZL2B6jeBE
Alguns especialistas acreditam tratar-se do asteroide 2021 GW4, que foi detetado pela primeira vez pelos astrónomos há cinco dias no Arizona. O corpo celeste movia-se nessa altura "perigosamente perto" de satélites na órbita da Terra. O 2021 GW4 tem o tamanho aproximado de um carro pequeno e teria ardido na atmosfera da Terra. A menos de um quinto da distância da Terra à Lua, o asteroide seria uma das passagens mais prováveis nos últimos tempos.
Outros cientistas defendem que o objeto luminoso seria um pedaço do asteroide. O astrónomo Jonathan McDowell alegou que o corpo celeste era uma bola de fogo comum e rejeitou a referência ao GW4.
Os meteoros penetram na camada externa da atmosfera terrestre a uma velocidade de 40.230 km/h a 257.500 km/h. Quando encontram a resistência do ar, as bolas de fogo desaceleram. A fricção resultante das duas forças, uma aceleração e uma forma de atrito, liberta grandes quantidades de calor. Nessa altura, o meteoro pode arder e começar a brilhar.
A American Meteor Society estima que o percurso deste meteoro tenha sido de Norte para Sul, atravessando a costa atlântica da Florida e o extremo Oeste da ilha Grand Bahama. É possível que alguns pedaços do meteoro se tenham libertado e atingido a superfície - tornando-se meteoritos -, mas também é provável que os resíduos tenham caído no oceano.