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Casal holandês muda-se para a primeira casa totalmente impressa em 3D na Europa

As casas da construtora Saint-Gobain Weber Beamix impressas por uma impressora 3D Construtora Saint-Gobain Weber Beamix

A chave de casa destes lojistas reformados de Amesterdão é digital e foi-lhes dada através de uma aplicação que lhes permite abrir a porta da frente premindo apenas um botão.

Elize Lutz e Harrie Dakkers, de 70 e 67 anos, respetivamente, tornaram-se no primeiro casal da Europa a viver numa casa totalmente impressa em 3D. Uma inovação que vários especialistas na área acreditam que vai mudar a forma e o estilo das habitações no futuro.

A chave de casa destes lojistas reformados de Amesterdão é digital e foi-lhes dada, na quinta-feira, através de uma aplicação que lhes permite abrir a porta da frente premindo apenas um botão.

"É lindo. Dá a sensação que estamos dentro de um bunker - parece seguro", afirmou Elize Lutz ao The Guardian.

Inspirada na forma de uma rocha, que seria difícil e dispendiosa de concretizar utilizando os métodos tradicionais, a propriedade é a primeira de cinco casas planeadas pela construtora Saint-Gobain Weber Beamix para um terreno junto ao canal Beatrix, em Bosrijk, subúrbio de Eindhoven.

Nos últimos dois anos foram construídas propriedades impressas em 3D em França e nos EUA, mas apenas parcialmente. Ainda assim, este tipo de projetos está a expandir-se um pouco por todo o mundo.

A equipa por trás desta casa, que tem 94 metros quadrados, garante que é a primeira propriedade legalmente habitável e comercialmente alugada na Europa em que as paredes foram feitas através de um bico de uma impressora.

"Esta é também a primeira que é 100% autorizada pelas autoridades locais e que é habitada por pessoal que realmente pagam para viver nesta casa", disse Bas Huysmans, presidente executivo da Saint-Gobain Weber Beamix.

A primeira casa concluída do Project Milestone, uma parceria com a Universidade de Tecnologia de Eindhoven e a imobiliária Vesteda, devia ter entrado no mercado de arrendamento em 2019, mas os desafios do projeto do arquiteto, que envolviam a sobreposição de paredes externas, atrasaram o processo.

O método de impressão 3D envolve um enorme braço robótico que esguicha um cimento especial, cuja textura descrevem como sendo parecida com a do chantilly. O cimento é "impresso de acordo com o desenho de um arquiteto, adicionando camada sobre camada para criar uma parede e aumentar a sua força.

Esta inovação é também vista por muitos dentro da indústria da construção como uma forma de reduzir custos e danos ambientais, diminuindo também a quantidade de cimento que se usa. Nos Países Baixos acaba por ser também uma alternativa numa altura em que há escassez de pedreiros qualificados.

"Se olharmos para o tempo que precisámos para imprimir esta casa vemos que foram apenas 120 horas. Portanto, se todos os elementos fossem impressos de uma só vez teríamos demorado menos de cinco dias. O grande benefício é que a impressora não precisa de comer, não precisa de dormir, não precisa de descansar.

Então, se começarmos amanhã, podemos imprimir a próxima casa daqui a cinco dias", explicou o presidente executivo da construtora.

Cátia Carmo