Sociedade

PSP em protesto no Porto. Agentes exigem atualização salarial e subsídio de risco

Polícias em serviço na cidade do Porto passam no local onde decorre uma ação de protesto de profissionais de PSP, esta manhã na Avenida dos Aliados para exigiram a atribuição do subsídio de risco e a atualização de salários, aproveitando a Cimeira Social europeia que decorre no Porto, para mostrar "a forma como o Governo português trata" estes profissionais. 07 de maio de 2021. PAULO NOVAIS/LUSA LUSA

O protesto acontece junto ao local onde está a decorrer a Cimeira Social da União Europeia.

Cerca de 30 profissionais da Polícia de Segurança Pública (PSP) exigiram, esta sexta-feira, a atribuição do subsídio de risco e a atualização de salários, aproveitando a Cimeira Social europeia que decorre no Porto, para mostrar "a forma como o Governo português trata" estes profissionais.

O protesto, próximo do local onde decorre a cimeira, "é por causa do subsídio de risco e da revisão da tabela salarial, desatualizada há muitos anos, disse Pedro Carmo, da Organização Sindical dos Polícias, que integra a Aliança dos Sindicato da PSP, que organizou a manifestação.

"Tivemos uma perda de cerca de 30% face ao ordenado mínimo nacional e exigimos que o subsídio de risco que venha a ser atribuído seja idêntico ao já atribuído a outras forças de segurança, nomeadamente à Polícia Judiciária e outros órgãos do Ministério da Justiça", sublinhou.

Segundo o dirigente sindical, "o subsídio de risco terá de ser o mais adequado possível às forças de segurança, idêntico ao da PJ (polícia judiciária), por isso é que se pede 25% do primeiro índice de comissário, mais ou menos equivalente ao valor que, por exemplo, a PJ tem".

Mas, sublinha Pedro Carmo, "pela forma como se está a apresentar as propostas, não nos parece que o Governo queira dar algo parecido com isso. Está mais preocupado em querer distinguir quem é o operacional ou quem é o administrativo e os níveis de risco e perigosidade nos diversos patamares da profissão, do que propriamente dizer que tem 'x' valor para atribuir aos polícias mensalmente".

Referiu que após reunião com os sindicatos da PSP e associações da GNR, o Ministério da Administração Interna colocou em cima da mesa um projeto sobre o modo como tenciona proceder à alteração dos suplementos e subsídios e contemplação dum suplemento de risco.

Enquanto aliança "representamos cerca de 1.500 polícias e apresentámos a nossa proposta ao ministério, embora não tenhamos sido chamados para negociações", adiantou Pedro Carmo.

"É necessário cada vez mais mostrar internacionalmente a forma como o governo português trata os polícias. Estamos integrados numa União Europeia e é completamente desconsiderante a forma como o governo português nos trata, não ouve os alertas, não ouve as reivindicações, não negoceia, apenas impõe, faz o que bem lhe apetece", frisou.

Os organizadores justificaram a fraca adesão ao protesto com a realização da cimeira europeia que "obrigou à convocação da maioria dos agentes, tendo mesmo sido impedidos de gozar folgas" e também à pandemia de Covid-19 que não permite aglomerações.

A Cimeira Social, que arranca esta sexta-feira no Porto, conta com a presença de 24 dos 27 chefes de Estado e de Governo da União Europeia, reunidos para definir a agenda social da Europa para a próxima década e exigiu medidas de vigilância e segurança especificas.

Participaram na manifestação dirigentes da Organização Sindical dos Polícias, Associação Autónoma de Polícia, Sindicato Vertical de Carreiras da Polícia, Sindicato Polícia pela Ordem e Liberdade e Movimento Zero, que no conjunto representam cerca de 1.500 profissionais da PSP.