A poeta, rebelde e multidisciplinar, nasceu no campo para depois abrir novos caminhos nas grandes cidades da poesia galega, nos anos 80 e 90. Também traduziu Joyce e Baudelaire, entre outros gigantes. Verteu do português para a língua irmã Jorge Amado, Camilo Castelo Branco e ainda Alice Vieira. É hoje celebrada na grande Festa das Letras Galegas.
"Onde está a minha geração?", perguntava Xela Arias, em 1990, numa entrevista a Manuel Rivas na 'Voz da Galiza'. De tão rara, ela era uma voz inqualificável, rasgando as convenções das gerações arrumadas nas prateleiras. Esta segunda-feira, no dia das letras galegas, todas as gerações vivas levantam a sua voz, celebrando a poeta que viveu apenas quatro décadas (1962-2003).
Um programa de dezenas de acontecimentos ecoa a memória de Xela, desde uma grande exposição na Biblioteca da Galiza até um conjunto de novas edições, vídeos, músicas, criações texteis, não fosse ela uma poeta que tocou várias artes, outras tantas rebeldias. A Real Academia Galega retratou-a num documentário e dedica-lhe esta segunda-feira, às 13h00 (12h00 em Portugal), uma sessão especial onde participam Ana Romaní, Marilar Aleixandre e Manuel Rivas. Pode ouvir-se em direto aqui.