Sociedade

"Risco pequeno." Certificado verde não põe em causa o controlo da pandemia

AFP

O virologista Pedro Simas considera que a vacinação, as pessoas infetadadas - que já estão imunizadas - e os cidadãos que viajam com teste negativo salvaguardam a medida da União Europeia.

Pedro Simas diz que esta é "uma altura para desconfinar" e, por isso, vê com bons olhos o passaporte verde europeu acordado hoje pela União Europeia. O virologista assegura que há evidências suficientes que indicam que as pessoas que já foram infetadas, os vacinados e os cidadãos que viajam com teste negativo não põem em causa o controlo da pandemia na Europa.

O investigador do Instituto de Medicina Molecular da Universidade de Lisboa considera o certificado verde uma medida "com um risco muito pequeno" de correr mal e diz que estão a ser tomadas todas as precauções necessárias para não permitir um novo agravamento na covid-19 nos países europeus.

Esta tarde, os 27 estados-membros alcançaram um acordo provisório que permite a implementação do certificado verde digital, cujo objectivo passa por permitir a reabertura do turismo no espaço europeu e facilitar a livre circulação na União Europeia. Uma medida que deverá entrar em vigor a 1 de julho e pretende salvar a época de verão.

Em Portugal, o índice de transmissibilidade tem vindo a aumentar, mas Pedro Simas considera que não há razões para preocupação. "O número de infeções é tão pequeno que uma aceleração grande [da pandemia] não é preocupante", garante o virologista, que sublinha a vantagem de o país ter os grupos de risco protegidos com as vacinas.

Pedro Simas afirma que a nível de desconfinamento "não há euforia, há muita cautela" e diz que é preciso continuar o processo de retoma à normalidade, lembrando, no entanto, que é necessário vigiar os indicadores da covid-19.

Rui Carvalho Araújo