O líder do PSD garante que não está a tirar vantagens políticas da situação e que essa acusação não pode ser dirigida ao PSD.
O ministro da Administração Interna "já devia ter reagido há bastante mais tempo". São palavras do líder do PSD, Rui Rio, na Figueira da Foz, à saída da reunião da coordenação nacional do conselho estratégico nacional do partido. Garante que não está a tirar vantagens políticas da situação e que essa acusação não pode ser dirigida ao PSD. E volta a reiterar que, se fosse com ele, Eduardo Cabrita já não era ministro.
Rui Rio diz com ironia que também acha que é imoral tirar vantagens de situações como esta, que envolve Eduardo Cabrita, ministro da administração interna, e o acidente na A6. Na reportagem áudio ouvimos o líder do PSD dizer que pensa que "é imoral tirar vantagens políticas do desastre" e "a quem ele se estiver a dirigir terá razão, mas não deve ser ao PSD que ele se dirige".
Aos jornalistas, Rui Rio acrescentou que estranha "que o carro não estivesse registado", pois o Estado "está a utilizar automóveis que ainda não foram perdidos a favor do Estado". Por isso, Rio diz que tem "sérias dúvidas" se esta situação é correta, que o Estado esteja a utilizar carros de outros donos, "o que não tem nada a ver em concreto com o desastre e por isso seguramente o presidente do PS não está a falar para o PSD".
Quanto às explicações do ministro Eduardo Cabrita, só pecam por tardia, pois "aquilo que disse ontem já devia ter dito há bastante mais tempo". Rio afirma que tem respeito pela situação e sobretudo por quem a vive, mas pede mais explicações. "Compreendo que não falasse logo no imediato, mas passaram 15 dias", acrescenta.
Com mais esta situação a envolver o MAI, Rui Rio volta à carga e sublinha que se António Costa não muda de ministro, então o primeiro-ministro assume as culpas. E por isso, o líder do PSD volta a sublinhar: se fosse consigo Eduardo Cabrita há muito que já tinha saído. "Passar a ser ele o responsável político direto sobre o que acontece nesse ministério. Já disse que, se fosse comigo, este não seria o ministro da Administração Interna, já teria trocado", assume.
Ainda na Figueira da Foz, o líder do PSD foi questionado sobre a sua posição quanto ao recolher obrigatório face à subida do número de casos Covid-19 , dizendo que é inconstitucional. Isto se o recolher vier a ser de caráter imperativo, propondo que tenha de ser feito de outra forma.
Estas declarações foram feitas com Pedro Machado ao lado, candidato do PSD à autarquia da Figueira da Foz. Rio está surpreendido com a candidatura de Pedro Santana Lopes, que considera estar fora do contexto. Está confiante num bom resultado de Pedro Machado na Figueira e espera ter um empurrão ascendente para os resultados do PSD.