Garcia Pereira disse, esta quarta-feira, à TSF que o Colégio Militar dificultou a investigação do Ministério Público ao caso dos alunos acusados de crimes de maus-tratos e fez saber que pondera avançar com uma acção contra aquela entidade. O advogado diz ainda que a atitude dos acusados representa «um ritual de humilhação inconcebível e medieval».
«O Ministério Público teve seguramente um trabalho de investigação muito dificultado por este ambiente» que devia ter sido «cortado logo à partida pela direcção do Colégio, assumindo uma posição de denúncia muito firme deste tipo de violência», disse o advogado que defende os dois alunos que denunciaram o caso.
Para Garcia Pereira, a atitude dos jovens acusados demonstra «falta de carácter e cobardia», valores que nada têm a ver com aquilo que o Colégio Militar proclama.
O advogado recordou o caso, «o primeiro que ocorreu», de um «jovem que foi violentamente espancado estando obrigado a estar em sentido, num ritual de humilhação inconcebível e medieval», que terminou com o «rompimento completo de um tímpano» e com «leões psicológicas e neurológicas que agora perduram».
Garcia Pereira disse que ainda está em aberto a possibilidade de avançar com uma acção judicial contra a direcção do Colégio Militar.
A TSF tem tentado sem sucesso falar com a direcção do Colégio Militar sobre este assunto, mas os responsáveis fizeram saber que estão indisponíveis para fazer qualquer tipo de comentário.