Um grupo de mães de alunos do Colégio Militar queixaram-se ao Provedor de Justiça de «campanha caluniosa» sobre as alegadas agressões entre estudantes. As encarregadas de educação pedem a Alfredo José de Sousa que proteja o bom nome e a reputação das crianças e jovens do Colégio Militar.
Sete mães apresentaram uma queixa junto da Provedoria de Justiça sobre o que consideram ser notícias «injuriosas» no caso das alegadas agressões entre alunos no Colégio Militar. Para as queixosas, estas notícias usaram, sem autorização, a imagem de crianças e jovens e Alfredo José de Sousa deve tomar medidas perante a opinião pública.
Para as mães de alguns alunos do Colégio Militar, as notícias que têm sido divulgadas acerca do caso das agressões no Colégio Militar são marcadas «pela falta de verdade ou o uso incorrecto de meias-verdades».
De acordo com a carta apresentada ao Provedor de Justiça, a que a Lusa teve acesso, a comunicação social tratou casos já julgados pelas instâncias judiciais como se fossem novos acontecimentos. O grupo de mães sustenta também que foram usados «casos pontuais de comportamentos e atitudes incorrectas» para se generalizar a atitude dos alunos mais velhos invocando mesmo casos que não aconteceram.
Recorrendo a várias convenções internacionais sobre direitos humanos, as subscritoras pedem à Provedoria que, «perante a opinião pública, as instâncias judiciais e administrativas» proteja «o direito ao bom nome e a reputação de todas as crianças e jovens do Colégio Militar».
Depois da manifestação de 23 de Outubro, que juntou 50 pais em frente ao Colégio Militar para defender a instituição, este grupo de mães afirma que está na altura de restabelecer o funcionamento normal da instituição e a «paz social que permita o efectivo rendimento escolar dos alunos» já que a situação não foge à normalidade e o Colégio Militar, «como qualquer outro, também não é isento de riscos».
No documento elogiam-se ainda os méritos do «projecto educativo» do Colégio Militar e o profissionalismo dos «homens formados», cuja educação é assente na «responsabilidade que tem o seu exponente no papel do aluno graduado».
Após um aluno do Colégio Militar ter feito queixa das agressões de alunos graduados, que obrigaram a vários dias de internamento, o Ministério Público acusou, a 20 de Outubro, oito alunos por seis crimes de maus tratos cometidos no interior da instituição em 2006/07 e no início de 2008.
Neste contexto, foi aberto um inquérito pelos ministérios da Defesa e da Educação ao Colégio Militar e ao Instituto Militar dos Pupilos do Exército já relacionado com outros casos de alegados maus-tratos entre alunos.