Política

"Se condiciono a minha condição de primeiro-ministro ao resultado das autárquicas? Não"

"Nestas eleições autárquicas, o único pântano que está à vista é o pântano na direita" António Cotrim/Lusa

O primeiro-ministro não vai colocar em causa o cargo seja qual for o desfecho das eleições autárquicas, e garante que a direita, retalhada, tem mais motivos para se preocupar.

O primeiro-ministro garante que não está preocupado como resultado do PS nas autárquicas, e que manter-se no cargo de chefe do Governo é independente desse desfecho. "Se condiciono a minha condição de primeiro-ministro ao resultado das autárquicas? Não, não condiciono."

António Costa, em entrevista ao jornal Expresso, afastou ainda qualquer motivo para preocupações por parte do Partido Socialista. "Nestas eleições autárquicas, o único pântano que está à vista é o pântano na direita", declarou, referindo-se a uma direita que diz encontrar-se "fragmentada, sem liderança, sem propostas para o país".

Questionado também sobre as legislativas, que ocorrerão dentro de dois anos, o chefe do Governo replicou que quando esse momento chegar chegar é que decide volta a candidatar-se. "Farei em 2023 o que sempre me habituei a fazer na vida: é chegado o momento, perguntar-me a mim próprio se me entendo em condições e se entendo ser a pessoa que tem melhores condições de proceder a essa liderança do PS."

"É uma avaliação que farei comigo próprio, hei de fazer com a minha mulher, e que o PS há de fazer seguramente. Não há qualquer tipo de tabu. "No momento certo, diz António Costa, vai tomar a decisão.

O primeiro-ministro admitiu ainda, nesta entrevista, rever os escalões de IRS, de forma a subir o rendimento da classe média, e disse pretender um aumento "significativo" do abono de família no próximo Orçamento de Estado para 2022. Já sobre um aumento do salário mínimo, Costa apontou para os 705€ até ao final da legislatura, em 2023, algo que, reforçou, depende do diálogo social antes de uma decisão do Governo.