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A sala do arquivo da Câmara de Lisboa foi o palco do debate TSF/DN entre os quatro candidatos à autarquia com representação no Executivo da capital: Fernando Medina (PS), Carlos Moedas (PSD), Beatriz Gomes Dias (Bloco de Esquerda) e João Ferreira (CDU). A questão da habitação e dos transportes foram temas centrais do debate.
Fernando Medina garante que a CDU não teve representação no Executivo da Câmara de Lisboa "por iniciativa própria", e mostra-se disponível para voltar a dialogar com João Ferreira. Já sobre o Bloco de Esquerda (BE), o autarca lisboeta fala num "mandato positivo", e explica que a decisão de não avançar para uma coligação foi dos bloquistas.
No início do debate organizado pela TSF e pelo Diário de Notícias, a candidata do BE, Beatriz Gomes Dias, explicou que o partido não avançou para uma coligação pré-eleitoral em Lisboa porque "tem um programa próprio, com características específicas".
O acordo do BE com o PS em 2017 permitiu fazer avanços em várias áreas, como os manuais escolares gratuitos, que se estenderam depois a todo o país. As medidas do partido em 2017 foram concretizadas, e permitiram "transformar a forma de fazer política".
"Queremos uma cidade com mais casas que as pessoas possam pagar. Fazemos um balanço muito positivo do acordo que tivemos com o PS, que só foi possível com os votos dos lisboetas", mas a candidata do BE admite também que a questão da habitação "não correu bem" e sublinha que ainda há muito caminho para fazer".
"Estamos disponíveis para cumprir o mandato que nos for atribuído, assumindo todas as responsabilidades. Estamos disponíveis para concretizar medidas que mudem a vida das pessoas", lembrando que os pelouros dos direitos sociais e da educação "precisam de um trabalho de continuidade".
Fernando Medina admite que faz, "igualmente", um balanço positivo do acordo com o BE, "que permitiu desenvolver bastantes políticas". Ainda assim, lembra que a decisão de não avançar com um acordo pré-eleitoral foi do partido liderado por Catarina Martins.
"Nunca existiram obstáculos porque não chegámos aí. Não foi pelo PS que a coligação não é mais alargada", aponta.
Beatriz Gomes Dias contrapõe, assumindo que "só com um vereador não se consegue mudar toda a cidade". "Fazer um acordo pré-eleitoral impedia uma relação de forças que precisamos para impor um programa."
O candidato da CDU, João Ferreira, que não teve pelouros no último Executivo municipal, assume que "durante 12 anos, a CDU transformou a governação na capital, com responsabilidades diretas".
"Em 2021 faz precisamente 20 anos que a cidade não conheceu outra coisa que não fosse PSD/CDS, com seis anos de má memória; há 14 anos iniciou-se uma maioria do PS, no último mandato apoiado pelo BE", lembra.
João Ferreira acrescenta que "o acordo entre BE e PS" foi apressado, tendo em conta "o elevado grau de incumprimento" em várias áreas como habitação, transportes e cultura.