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População libanesa teme nova guerra civil

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Os confrontos desta manhã abrandaram, mas uma cidadã portuguesa, residente em Beirute, diz que se vive uma calma fictícia.

Depois da violência que causou a morte de 6 pessoas os tiros deixaram de se ouvir na capital do Líbano.

Uma manifestação organizada pelos movimentos xiitas Hezbollah e Amal terminou num confronto armado. Os dois movimentos queriam exigir a demissão do juiz encarregado de investigar a explosão no porto de Beirute. Querem afastá-lo porque ele se afirmou determinado a ouvir vários políticos considerados intocáveis, incluindo dois ex-ministros do Amal.

Ao certo não se sabe quem começou o tiroteio, mas vários manifestantes foram atingidos na cabeça e pelo menos quatro rockets foram disparados.

A intervenção do exército acalmou a situação, mas Rita Dieb, ouvida pela TSF, teme que a violência regresse. Ela explica que muitos acreditam que esta é uma calma fictícia, "não me parece que as coisas terminem por aqui. Não acho que isto tenha começado por acidente."

Esta portuguesa residente em Beirute confessa que desde o momento em que a manifestação foi anunciada ninguém ficou descansado e todos temem uma guerra civil. Rita Dieb acrescenta que há algum tempo que se fala no assunto e por isso as pessoas estão na expectativa. Todos temem o regresso ao passado.

Rita Dieb refere que uma guerra poderia representar o fim do Líbano como todos o conhecem. O país vive já uma situação particularmente difícil. A crise económica não abranda e a população tem dificuldade em sobreviver. A isso junta-se a pandemia que também tem vindo a aumentar.

Esta portuguesa admite que estão a viver no caos.

As próximas horas poderão ser cruciais para saber o que vai acontecer no Líbano.

Margarida Serra