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No programa O Estado do Sítio, da TSF, para falar sobre o Afeganistão e o acolhimento de afegãos, o ministro dos Negócios Estrangeiros não se esquiva às questões sobre a situação política do país.
Para o chefe da diplomacia portuguesa, há algo que Portugal já perdeu, na sua posição internacional. "Há um trunfo - e um trunfo muito importante - de Portugal na cena europeia e internacional, que Portugal perdeu no passado dia 27 de outubro e esse trunfo é a estabilidade. O facto de nós sermos muito previsíveis, o facto de eu poder dizer, em Bruxelas, quer esteja nas instalações da UE, quer esteja nas instalações da NATO, e em diferentes capitais por esse mundo fora, que Portugal é um país estável, que tem um Governo e um Parlamento que funcionam, e que as nossas condições de recuperação económica o mais rápida possível estariam garantidas a 100%, porque o país dispunha de um Governo, de um Orçamento, de um Parlamento em funções, etc."
Santos Silva lamenta essa perda, mas sabe o que vai dizer, nas capitais que visitar, enquanto for ministro dos Negócios Estrangeiros. Portugal vai seguir o mesmo rumo: "As eleições estão marcadas, o povo vai pronunciar-se, e a continuidade da imagem, do posicionamento, da inserção geopolítica e geoestratégica de Portugal não está em causa, qualquer que seja o resultado. E o Portugal que as pessoas reconhecem e se habituaram a respeitar, construtor de pontes, favorecedor de consensos, que olha em todas as direções e não apenas numa, esse Portugal vai continuar. Estava cá antes de eu chegar e estará cá seja eu ou outro ou outra".
E está disposto a continuar em funções, se para tal for convidado, por um eventual novo governo? "Essas coisas têm uma lógica. Primeiro, há que disputar eleições, há que ganhá-las e formar Governo, e depois a composição do Governo é da responsabilidade do primeiro-ministro. Há duas coisas que são absolutamente claras: "Nós vamos certamente ter uma solução governativa estável em função dos resultados eleitorais, e o Partido Socialista e, em particular, o seu líder António Costa, sabem que podem contar comigo."
Santos Silva repete uma frase que um dia disse aos microfones desta rádio: "A notícia para os amigos é: contem comigo. Para os adversários é: tenham um bocadinho mais de paciência."
Sobre os argumentos do Presidente da República para a escolha da data de 30 de janeiro, afirma que "o Presidente exerceu uma competência que só a ele pertence, e aí devo dizer que estou de acordo com o doutor Rui Rio: a decisão está tomada, portanto, agora procedamos em conformidade".
Augusto Santos Silva e a política nacional, no fim de uma entrevista sobre a política para o Afeganistão, que pode ouvir este sábado, no programa O Estado do Sítio, depois das notícias do meio-dia, na TSF.