Até parece mentira, mas não é e estamos mesmo no final de 2021. Se, por um lado, parece que ainda ontem começava este ano, por outro, devido à pandemia parece que estamos mais lentos, como se andássemos a uma velocidade abaixo do normal.
Na verdade, estamos desgastados à conta da pandemia e em bom rigor fartos de regras e restrições. Temos tanta vontade de regressar à normalidade. Pessoalmente, já não aguento a palavra... virtual.
A tentação é evidente, mas não podemos baixar os braços. Temos que continuar a aposta na vacinação e nos cuidados indispensáveis. Sem tréguas.
A pandemia que ainda não acabou é, sem dúvida, uma das protagonistas deste ano de 2021. Em Portugal, na Europa e no mundo esta é uma realidade que esbate fronteiras.
Em termos de política internacional 2021 foi um ano complexo. Há tantos temas que poderia realçar, mas vou focar-me em dois: os EUA em registo de abertura e a Alemanha a finalizar o ano.
Começámos 2021 logo com o impensável: a invasão do Capitólio por cidadãos dos Estados Unidos da América. Depois, a tomada de posse do Presidente Joe Biden e a definição das suas prioridades domésticas e externas.
Nas primeiras, claramente a vontade de atenuar a divisão, a polarização vivida na sua sociedade e, nas segundas, a continuação da China como um rival, desta feita um "competidor estratégico".
No entanto, para Joe Biden essa competição inclui a defesa da democracia liberal, como podemos atestar na organização da Cimeira para a Democracia (virtual... cá está a palavra exasperante que não podia faltar) e tendo em conta as reacções provocadas em Moscovo e em Beijing.
E no continente europeu? Tenho de destacar a despedida da Chanceler Angela Merkel e o que muito se espera do seu sucessor, Olaf Scholz. Terminou o ciclo de Angela Merkel com um conjunto de homenagens simbólicas, solenes e ao mesmo tempo com imensa empatia.
Do ponto de vista externo, a Alemanha tem decisões difíceis que dificilmente podem continuar a passar por entre os pingos da chuva. E, há duas batatas-quentes em particular de seu nome Rússia e China.
Por entre mais ameaças à Ucrânia cujo território é objecto de uma invasão russa desde 2014, decisões em matéria de energia e, em especial, sobre o gás natural ou as dificuldades na relação com a China de Xi Jinping seja do ponto de vista comercial, tecnológico e diplomático, entre outras dimensões. Na verdade, estas decisões difíceis da Alemanha são também da própria União Europeia.
Não sabemos como será o próximo ano, mas não tenho dúvidas que será desafiante e muito, muito intenso. Cá estaremos para o acompanhar e tentar descodificar.
Para a semana trarei a minha escolha da figura, da pessoa que mais me marcou neste ano de 2021.
Até lá desejo a todos um Feliz Natal.