Política

Marcelo quer "2022 a virar a página" e avisa que "está mais presente do que nunca"

Mário Cruz/Lusa

Marcelo Rebelo de Sousa pede aos portugueses que votem nas legislativas para um Governo que garanta "previsibilidade".

Marcelo Rebelo de Sousa quer um 2022 "a virar a página", principalmente a da pandemia, sublinhando que "os primeiros meses são cruciais". Na habitual mensagem de ano novo, o Presidente da República apela ao voto dos portugueses nas legislativas para legitimarem um Governo "que possa refazer esperanças e confianças perdidas" e avisa que está "mais presente do que nunca".

O Presidente da República fala no primeiro dia do ano aos portugueses, cumprindo a tradição que foi suspensa no ano passado, em véspera de eleições presidenciais. Sentado numa cadeira, na Sala dos Embaixadores, Marcelo Rebelo de Sousa começou por desejar bom ano a todos os portugueses "espalhados pelo mundo".

"Há precisamente um ano, em janeiro, tive a honra de vos representar até 2026. Continuemos essa caminhada por Portugal", disse.

Marcelo lembrou a pandemia, que assolou o país, "mas Portugal resistiu, vacinou, e ensaiámos começar de novo". A pandemia obriga os portugueses "a testar, vacinar e resistir, aprendendo a viver com ela".

"Este 2022 tem de ser mesmo ano novo, vida nova. Num mundo com menos pandemia e mais crescimento, menos pobreza e empenho no clima, menos egoísmo e mais atenção ao custo imediato da vida", apontou.

O Presidente da República deixou novos avisos ao rigor, "usando fundos que são irrepetíveis, combatendo as corrupções e os enriquecimentos ilícitos".

Sobre "o nosso Portugal", Marcelo disse que "podemos fazer muito e muito mais", virando a página da pandemia: "Estamos encaminhados, mas falta o fim dos fins". "De janeiro a março, será o tempo crucial", disse.

"Consolidar, Decidir, Reinventar, Reaproximar" são os verbos conjugados por Marcelo, sempre no presente, para "virar a página" no novo ano.

Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que os portugueses têm de "decidir", logo nas eleições do final de janeiro, "para o Governo e a Assembleia da República (AR), que têm de ter legitimidade renovada".

"Uma AR que dê voz ao pluralismo e um Governo que possa refazer esperanças e confianças perdidas ou enfraquecidas, garantindo previsibilidade para as pessoas e para os seus projetos de vida", sublinhou.

O Presidente da República referiu ainda que é necessário "cuidar dos mais sacrificados pela pandemia e pelo desemprego", assim como "os idosos e os deficientes".

"Temos de olhar para as crianças, que o futuro tem ficado esquecido, pela prioridade dada aos grupos de risco. Todos os que vivem no passeio sem sol da rua da nossa vida comum, vão demorar muito mais tempo a aprender a reviver", lamentou.

As últimas três palavras do Presidente voltam a ser o "virar a página", depois de um 2021 que prometia ser "um fim e um recomeço", mas o recomeço "foi apenas um esboço" que chegou tarde.

"O ano que agora iniciamos tem de virar a página. Retomemos a caminhada juntos. Eu estou presente, mais do que nunca. Conto convosco mais do que nunca", reafirmou, já depois de conjugar no presente os verbos "consolidar, decidir, reinventar, reaproximar".

E termina: "Bom 2022 para o nosso Portugal, para cada um de todos vós, que bem o mereceis".

No último dia de 2021, à margem de uma visita ao Centro Social Paroquial Nossa Senhora da Conceição da Costa de Caparica, Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que centra as mensagens "no futuro".

Eleito em 24 de janeiro de 2016, tomou posse em 9 de março e fez a sua primeira mensagem aos portugueses, através da televisão, a 1 de janeiro de 2017. Todas as mensagens são muito curtas, com cerca de oito minutos.

Na sua primeira mensagem de Ano Novo a 1 de janeiro de 2017, com o Governo minoritário do PS, e o apoio da esquerda, há pouco mais de um ano no poder, Marcelo Rebelo de Sousa descreveu 2016 como o ano da "gestão imediata", em que foram dados "pequenos passos" e desejou que o ano tivesse mais "crescimento económico".