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Antigo ministro ucraniano avisa que este "é o momento certo" para travar Putin

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Em entrevista à TSF, Volodymyr Omelhan, antigo ministro ucraniano das Infraestruturas, explica que a Europa não pode repetir "os erros cometidos com Hitler e Estaline".

O antigo ministro ucraniano dos Transportes, Volodymyr Omelhan, diz que esta é a altura certa para travar os sonhos imperialistas russos. Em entrevista à TSF, o antigo governante avisa que este "é o momento certo" para travar Putin.

"Apelo a todos os membros da União Europeia que não cometam o erro que cometemos com Hitler e com Estaline há 70 anos. Foi um erro crucial. Teria sido fácil travá-los no início, mas custou milhões em sacrifícios e vidas humanas até os parar", refere Omelhan.

"Por isso creio que agora é o momento certo não quando nos invadirem, é o momento de travar Rússia com sanções económicas, a suspensão do gasoduto para a Europa e o corte dos fluxos financeiros do exterior para os bancos russos. Sairá muito mais caro concertar os efeitos da invasão do que preveni-la", acrescenta.

O antigo membro do Governo de Kiev alega que os sonhos expansionistas da Rússia e do Kremlin não vão parar nas fronteiras da Ucrânia. Se não houver uma resposta imediata, concertada e eficaz, Omelhan avisa que desta Putin não irá parar na fronteira ocidental da Ucrânia.

"Na cabeça deles não é apenas a Ucrânia, estão prontos a chegar ao canal da mancha, França, a Portugal e expandirem-se por toda a Ásia Central. Por isso, devemos levá-los a sério porque se amanhã invadirem a Ucrânia, no dia seguinte estarão na Polónia e vão tentar continuar", alerta o ex-ministro, admitindo que está "convencido que a Rússia não irá fazê-lo porque o que foi possível no século XX, é altamente improvável no século XXI", explica.

Enquanto a diplomacia não resolve o impasse entre Moscovo e o ocidente, algumas companhias aéreas já começaram a cancelar voos com destino ao território ucraniano. Neste sábado, um voo com origem no Funchal e com destino a Kiev foi desviado para a Moldávia.

Para o antigo ministro ucraniano dos Transportes não, no entanto e a esta altura, motivos para alarme. "Não vejo qualquer tipo de ameaça às companhias internacionais que queiram voar para a Ucrânia. Acredito que isso não acontecerá mesmo no cenário atual em que a Rússia ameaça invadir a Ucrânia Por exemplo, há muitos voos para Israel, África e outros países onde há guerra e ninguém acha que haja um grande risco. Na Ucrânia não há registo de bombardeamentos ou coisas do género. Por isso, não é uma decisão das autoridades o encerramento do espaço aéreo", frisa.

Dora Pires com Guilherme de Sousa