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Ofensiva russa a leste é "o mais cruel possível" para gerar uma vitória

Volodymyr Zelensky Ronaldo Schemidt/AFP

O chefe de Estado ucraniano afirma que o seu governo está a trabalhar "24 horas por dia, 7 dias por semana" para que os países ocidentais agilizem os envios de armas.

A ofensiva russa em grande escala ao leste e sul da Ucrânia é "o mais cruel possível" para que resulte "em qualquer tipo de vitória" para os propagandistas, alertou esta quarta-feira o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

O chefe de Estado ucraniano considerou que as batalhas por Mariupol, Kharkiv, Mykolaiv e outras cidades do leste e sul "decidem o destino do povo ucraniano e a sua liberdade".

"A situação no leste e no sul do país continua extremamente cruel. Os ocupantes não deixarão de fora nenhuma tentativa, na sua ofensiva em larga escala, para obter qualquer tipo de vitória que possam alimentar os seus propagandistas", realçou Zelensky na sua habitual mensagem de vídeo divulgada esta quarta-feira à noite.

Zelensky acrescentou que o seu governo está a trabalhar "24 horas por dia, 7 dias por semana" para que os países ocidentais agilizem os envios de armas.

"[Estou] muito feliz em dizer, com otimismo cauteloso, que os nossos parceiros começaram a entender melhor as nossas necessidades", acrescentou.

O Presidente ucraniano concretizou que a ajuda está a chegar agora "não em semanas, nem em um mês, mas rapidamente, num momento em que a Rússia procura concretizar a sua ofensiva".

Volodymyr Zelensky já tinha reiterado esta quarta-feira a disponibilidade para dialogar "até ao fim da guerra" com a Rússia, depois de Moscovo dizer que o sucesso das negociações de paz dependerá de Kiev aceitar as suas exigências.

"Estamos abertos a qualquer formato de diálogo. Quer eu goste ou não, estou pronto para falar. Estive nos últimos três anos e continuo pronto, até ao fim da guerra, para dialogar com a Federação Russa e o seu Presidente", disse Zelensky numa conferência de imprensa ao lado do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, que visitou a Ucrânia.

Zelensky respondeu ao chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, que declarou esta quarta-feira, numa conversa telefónica com o seu homólogo turco, Mevlüt Cavusoglu, que os resultados das conversações de paz dependerão da vontade de Kiev de ter em conta as exigências de Moscovo.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, mais de 5 milhões das quais para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU -- a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

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