Mundo

Energia. Ministros da UE em reunião extraordinária para debater consequências da guerra

John Thys/AFP

Custos da energia e a segurança energética são temas em cima da mesa da reunião do conselho da UE

Os ministros com as pastas da Energia reúnem-se em Bruxelas, na tarde desta segunda-feira, para debater a situação energética da Europa, no contexto da guerra.

O debate vai centrar-se nas alternativas para suavizar o impacto da decisão russa de cortar o abastecimento de gás à Bulgária e à Polónia, numa altura em que os preços da energia na Europa se mantém elevados, a inflação atinge níveis recorde.

Através do abastecimento solidário regional aos países afetados pelo corte de gás proveniente da Rússia, os governos esperam contornar a retaliação da Gazprom, depois da Polónia e da Bulgária ter decidido que seguiriam à risca os contratos pré-estabelecidos, recusando o pagamento em rublos das importações de gás, e evitando uma violação das sanções.

A presidente da Comissão Europeia classificou a decisão do Kremlin como uma tentativa para chantagear a Europa, e prometeu tudo fazer para garantir que nenhum cidadão europeu sofra o impacto da decisão de Moscovo.

Bruxelas quer também reforçar as reservas de gás subterrâneo pelo menos até 80% da capacidade, antes do próximo inverno, para garantir segurança e estabilidade.

Neste âmbito, os governos de Portugal e Espanha vão defender que em matéria de armazenamento de gás a Península Ibérica seja "explicitamente considerada como uma região com circunstâncias distintas", defendendo que "o papel das instalações de armazenamento de Gás Natural Líquido e o armazenamento subterrâneo de gás sejam tratados em pé de igualdade no texto legislativo que será produzido em Bruxelas.

Na quarta-feira, o Parlamento Europeu vai realizar um debate sobre as consequências sociais e económicas para a UE da guerra na Ucrânia, no qual também vão ser abordados os custos elevados da energia.

Entretanto, a União Europeia está a trabalhar num sexto pacote de sanções que pode incluir o bloqueio ao petróleo proveniente da Rússia, depois de, há menos de duas semanas, a 7 de abril, ter incluído o setor da energia, no espectro das sanções, ao colocar sob embargo as importações de carvão russo.

No mesmo dia, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen admitiu que Bruxelas "está a trabalhar em novas sanções, incluindo nas importações de petróleo e estamos a refletir em algumas ideias apresentadas pelos Estados-membros, como imposto e alguns canais de pagamento específicos".

Nos corredores diplomáticos em Bruxelas, a pressão para que as sanções sejam agravadas, para que incluam o gás e o petróleo, tem aumentado nas últimas semanas.

Mas, admite-se que nem todos os países possam estar preparados para prescindir das matérias-primas para a produção de energia, e a proposta que a Comissão vier a fazer deverá ter isso em conta.

ACOMPANHE AQUI TUDO SOBRE A GUERRA NA UCRÂNIA