Uma pessoa que nasça agora tem uma exposição a ondas de calor até sete vezes maior do que uma pessoa nascida em 1970 e o uso dos recursos naturais mais do que triplicou, alerta a Zero.
Os líderes mundiais reúnem-se esta quinta e sexta-feira em Estocolmo, na Suécia, por ocasião do 50.º aniversário da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento e Meio Ambiente Humano, em 1972, o primeiro grande encontro internacional para discutir os problemas ambientais.
Desde aí, pouco foi feito, lamenta o presidente da Associação Ambientalista Zero, Francisco Ferreira. "Apenas cerca de um décimo das centenas de metas globais nas áreas para o ambiente e desenvolvimento sustentável acordadas pelos países foram alcançadas ou tiveram um progresso significativo".
Em declarações à TSF, Francisco Ferreira explica que em 1970 o livro "os Limites do Crescimento", apontava vários problemas ambientais decorrentes do aumento da população e uso de recursos, mas desde aí surgiu "todo um conjunto de novos problemas", como as alterações climáticas, a destruição da camada de ozono e a quebra da biodiversidade.
"Uma pessoa que nasça agora tem uma exposição a ondas de calor que pode ser até sete vezes maior do que uma pessoa nascida em 1970", aponta.
Além disso, "o uso dos recursos naturais mais do que triplicou desde 1970 e continua a crescer. E com uma enorme desigualdade, porque a metade mais pobre da população global possui apenas 2% da riqueza total global enquanto os 10% mais ricos possuem 76% de toda a riqueza."
"Não estamos a conseguir mudar o nosso paradigma de consumo à escala mundial, com riscos óbvios para as gerações futuras."
Os problemas estão identificados - "todos sabemos o que é necessário fazer, quer à escala individual, quer por parte de cada um dos países" - agora é preciso agir, apela Francisco Ferreira. É preciso "redefinir a relação entre os seres humanos e a natureza procurar ver como é possível assegurar uma prosperidade durável para todos e investir num futuro melhor".
A associação ambientalista Zero estará presente nesta nova Conferência de Estocolmo, que contará com a intervenção do ministro do Ambiente e Ação Climática, Duarte Cordeiro, do secretário-geral da ONU, António Guterres, e do enviado especial do Presidente dos Estados Unidos para o clima, John Kerry.