Entre abril e junho, a economia dos Estados Unidos recuou 0,9%.
A economia dos Estados Unidos recuou 0,9% entre abril e junho, em ritmo anualizado, registando uma queda no Produto Interno Bruto (PIB) pelo segundo trimestre consecutivo, indicou esta quinta-feira o Departamento do Comércio.
No primeiro trimestre, o PIB norte-americano tinha registado uma contração de 1,6%, de acordo com os dados divulgados.
Estes dados indicam que a primeira economia mundial estaria a entrar em recessão técnica, que é definida por dois trimestres consecutivos de crescimento negativo, mas esse cenário tem sido afastado pela administração norte-americana e por vários economistas, que consideram que a economia não está necessariamente em recessão devido a outros indicadores mais favoráveis.
A secretária do Tesouro, Janet Yellen, vai dar uma conferência de imprensa às 18h30 (hora de Lisboa).
O Departamento do Comércio precisou que o recuo do PIB no segundo trimestre reflete uma diminuição do investimento das empresas e da compra de casa pelas famílias. O Governo federal, os estados e as administrações locais também travaram as despesas.
O consumo, que é o principal motor da economia dos Estados Unidos, manteve-se, mas graças às despesas com serviços, que aumentaram os preços devido à inflação.
Em relação à polémica sobre se os Estados Unidos estão ou não em recessão, o único organismo habilitado nos Estados Unidos a determinar oficialmente os períodos de recessão, o National Bureau of Economic Research (NBER), só o faz alguns meses depois.
O Presidente norte-americano, Joe Biden, afirmou na segunda-feira que o país não entraria em recessão e Yellen tem vindo a fazer declarações no mesmo sentido.
"O que uma recessão significa realmente é uma contração generalizada da economia e mesmo que esse número seja negativo, não estamos atualmente em recessão", sublinhou Yellen, no passado domingo.
O Partido Republicano (oposição) considera que se trata de uma tentativa de manipulação dos números.
A taxa de desemprego está em 3,6%, muito perto do nível que tinha antes da pandemia e que era o mais baixo em 50 anos, numa altura em que os empregadores ainda têm dificuldade em recrutar trabalhadores.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu em forte baixa a sua previsão de crescimento para este ano nos Estados Unidos e aponta agora para uma expansão de 2,3%, quando antecipava 3,7% em abril, o que justificou com "um crescimento mais fraco no início do ano" e com as consequências da inflação.
O PIB norte-americano registou uma contração de 3,4% em 2020 devido à crise causada pela pandemia de covid-19, mas subiu 5,7% em 2021.