Marcelo lembra que a UE e os EUA também estão envolvidos na guerra, apenas "aliados a quem se defende".
Para Marcelo Rebelo de Sousa, os africanos "não são hipócritas" e os líderes mundiais devem concentrar-se "nas causas" de uma guerra que é global. O Presidente da República responde, desta forma, às palavras de Emmanuel Macron que chamou hipócritas aos africanos, por não assumirem uma posição clara sobre o conflito no leste da Europa.
Ao lado do Presidente de Cabo-Verde, numa iniciativa em Carcavelos, Marcelo Rebelo de Sousa colocou-se ao lado do povo de África: "Não é solução, como ouvi de um bom amigo europeu, acusar África de hipocrisia".
O Presidente da República lembrou as palavras do chefe de Estado francês, que denunciou "a hipocrisia" pelos africanos não reconhecerem a "agressão unilateral" da Rússia à Ucrânia, como faz a União Europeia.
Numa visita aos Camarões, Macron afirmou: "A escolha feita pelos europeus não é de modo algum participar nesta guerra, mas reconhecê-la e nomeá-la. Hipocrisia é não se saber qualificar uma guerra e desconhecer quem a iniciou".
Ora, na opinião de Marcelo Rebelo de Sousa, "é muito mais realista perceber-se o que se está a passar", num conflito "que não é Europeu, nem regional", mas sim global.
"A Ucrânia é palco de um conflito global. Basta estar envolvida uma potência como a Rússia, e também outras potências como a União Europeia (UE) e os EUA para ser uma guerra global", entende.
Ainda assim, Marcelo Rebelo de Sousa salienta que os aliados da Ucrânia, como a UE e os EUA, "não invadiram ninguém", e estão apenas "aliados a quem se defende".