O líder do Bloco de Esquerda entende que o Governo quer «desbaratar aquilo que dá rendimento ao Estado» e rejeitou as ideias do Governo no que toca ao aumento dos salários na Função Pública.
O líder do Bloco de Esquerda criticou, esta segunda-feira, o Programa de Estabilidade e Crescimento, em especial no que toca aos aumentos dos salários da Função Pública que ficarão abaixo da inflação até 2013.
Após um encontro com o primeiro-ministro José Sócrates, Francisco Louçã atacou também as privatizações que o Governo quer fazer nos próximos anos e que renderão seis mil milhões de euros e que envolvem os correios e o sector da energia.
«Desbaratar aquilo que dá rendimento ao Estado porque são empresas lucrativas e empresas estratégicas para o funcionamento do bem público para nos tornar mais democráticos é um decisão que o Bloco de Esquerda nunca aceitará», sublinhou.
Depois de dizer que também não aceita as ideias do Governo em relação aos salários da Função Pública, Louçã lembrou que «para cada trabalhador, ao longo de uma década, se perdeu um mês inteiro de salário nos 12 meses mais os dois subsídios».
«Um mês inteiro perdido é um atentado terrorista contra a viabilidade da vida social de um país que tem salários tão baixos», realçou o líder bloquista, que viu poucas coisas positivas neste programa.
Entre as ideias positivas estão o novo escalão de IRS de 45 por cento para os que ganham mais de 150 mil euros anuais e o facto de as mais-valias bolsistas passarem a pagar impostos.
«São medidas indispensáveis que o Governo diz que aceita o que sempre rejeitou e que vai continuar a rejeitar essa semana por mais paradoxal e anedótico que isto possa parecer», frisou.
Louçã sublinhou ainda que o Bloco de Esquerda não aceita uma «política que dá dinheiro para mordomias e para benefícios injustificados e que retira salários num país com salários tão baixos».