Arsenalistas encurtaram para seis pontos a distância para o líder do campeonato num jogo com bis do avançado português.
Ricardo Horta foi o protagonista de uma das novelas deste verão ao ser um assumido alvo do Benfica. Não saiu de Braga e, chegado o inverno, não marca pelo Benfica, mas marca o Benfica. Foram dele dois dos três golos com que o SC Braga acabou, esta sexta-feira, com a invencibilidade encarnada em jogos oficiais.
Os arsenalistas venceram por 3-0, com golos de Abel Ruiz e um bis de Horta, e tornaram-se assim na primeira equipa a conseguir vencer o Benfica, somando 31 pontos e colocando-se a seis dos encarnados, no terceiro lugar. A primeira derrota das águias chegou, assim, ao fim de 28 jogos oficiais e depois da pausa para o Mundial 2022.
O primeiro golo do jogo surgiu logo ao segundo minuto, por Abel Ruiz. A defesa do Benfica afastou mal um livre lateral bracarense e acabou por ver a bola, picada, chegar aos pés do espanhol, que rematou isolado para o 1-0.
Acusando o golo cedo, o Benfica demorou a reencontrar-se no regresso aos jogos da Primeira Liga. Protegidos pela vantagem, ainda que mínima, os bracarenses assumiram as despesas ofensivas e, aos 26', estiveram perto do 2-0, de novo por Abel Ruiz. O espanhol surgiu com espaço dentro da grande área depois de um roubo de bola de Racic a Florentino e atirou rasteiro e colocado: Vlachodimos respondeu com uma defesa eficaz.
Conseguiu apenas adiar o 2-0. Numa jogada de grande entendimento - e que vale a pena ver abaixo - Ricardo Horta combinou com Iuri Medeiros, que encontrou Abel Ruiz no interior da grande área. O espanhol, com um jogo de pés irrepreensível, conseguiu servir Ricardo Horta e este atirou para o 2-0.
Por esta altura, o Benfica ainda não tinha conseguido rematar à baliza de Matheus e, quando finalmente o conseguiu, foi porque Rafa fez um cruzamento demasiado chegado à baliza. Já na outra ponta do campo, Vlachodimos não podia, de todo, respirar fundo. Aos 43', viu Abel Ruiz surgir-lhe sozinho à frente, mas chegou primeiro à bola e conseguiu evitar o que podia ser o 3-0.
Em cima do intervalo, e após um pontapé de canto, Otamendi cabeceou por cima, naquele que foi o momento de maior perigo para Matheus em toda a primeira parte. No banco, Schmidt ia olhando para o que se passava, como que fazendo contas à vida antes do intervalo. Se o Benfica queria mudar o rumo do jogo, teria de mudar tudo o que estava a fazer em campo porque, até ali, mal conseguiu jogar.
O regresso dos balneários trouxe, pelo menos, uma mudança de figurino: Schmidt abdicava de Florentino para lançar o croata Petar Musa, colocando-o ao lado de Gonçalo Ramos. Ora, bastaram seis minutos para perceber que algo mudou: aos 51', Matheus foi obrigado a voar para impedir o golo de Aursnes com o que seria um remate ao ângulo superior da baliza.
Apesar da boa entrada na segunda parte, o Benfica não demorou a voltar a colocar-se em maus lençóis. Sinal disso foi a confusão que Vlachodimos arranjou aos 57': falhou por completo um alívio e acabou por fazer a bola voltar para trás, caindo perto de dois atacantes do Braga. António Silva e Bah, a meias, mas sem grande entendimento, lá resolveram.
O que não se resolveu foi o que aconteceu aos 69'. Tudo começa em Matheus, que com os pés coloca a bola em Iuri Medeiros, já no meio-campo do Benfica. O português contornou Bah e deu a bola a Ricardo Horta que, sozinho na grande área, atirou para o 3-0.
Schmidt respondeu com Draxler e Gilberto para os lugares de João Mário e Bah, substituições que já estavam preparadas ainda antes do 3-0 e que, revista a abordagem do lateral dinamarquês, o treinador do Benfica talvez gostasse de ter feito mais cedo. Ainda assim, houve reação: Musa marcou aos 73', mas a jogada foi anulada por fora de jogo.
Coube a Artur Jorge segurar o jogo até ao fim. Com substituições doseadas, mas sem levantar a pressão sobre o Benfica, ainda lançou Hernani, Tormena, Castro e Vitinha para os lugares de Medeiros, Niakaté, André Horta e Abel Ruiz. A substituição para os aplausos, essa, guardou-a para o fim: Ricardo Horta saiu aos 88' para dar lugar a Rodrigo Gomes.
Do outro lado, Schmidt aproveitou para lançar João Neves e Chiquinho para os lugares de Enzo Fernández e Gonçalo Ramos.
Onze do SC Braga: Matheus, Victor Gomez, Paulo Oliveira, Niakaté, Sequeira, Racic, Al Musrati, André Horta, Ricardo Horta, Medeiros e Abel Ruiz
Onze do Benfica: Vlachodimos, Bah, António Silva, Otamendi, Grimaldo, Florentino, Enzo, Aursnes, João Mário, Rafa e Gonçalo Ramos
O jogo foi arbitrado por João Pinheiro, auxiliado por Bruno Jesus e Luciano Maia. No VAR esteve Hugo Miguel.
Suplentes do SC Braga: Tiago Sá, Tormena, Rodrigo Gomes, Alvaro Djaló, Banza, Bruno Rodrigues, Hernani, Castro e Vitinha
Suplentes do Benfica: Helton Leite, Gilberto, Lucas Veríssimo, Chiquinho, Gil Dias, Musa, João Neves, Morato e Draxler