Política

Ordem de Camões para Sacadura Cabral e Gago Coutinho. Marcelo critica país por esquecer "heróis"

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no encerramento das comemorações do centenário da primeira travessia aérea do Atlântico Sul António Cotrim/Lusa

O Presidente considera que o Estado e a sociedade civil não assinalaram à devida escala o centenário da primeira travessia aérea do Atlântico Sul.

O Presidente da República acusou, esta sexta-feira, o Estado e a sociedade portuguesa não darem o devido valor ao feito de Gago Coutinho e Sacadura Cabral e descurarem a comemoração do centenário da primeira travessia aérea do Atlântico Sul.

Marcelo Rebelo de Sousa anunciou, esta manhã, a entrega das insígnias da Grande Cruz da Ordem de Camões aos dois aviadores, durante a cerimónia de encerramento das celebrações do centenário da travessia, que decorreu na Base Aérea N.º 1, em Sintra.

Do Estado à Academia, passando pela comunicação social, poucos escaparam à crítica do Presidente em relação ao esquecimento de uma conquista que, considera, deveria ter sido comemorada em maior escala.

"Não houve comissão nacional, a nível de Estado, para esta efeméride. Até instituições científicas, que deviam ter registado a importância na ciência e na tecnologia do feito de Sacadura Cabral e de Gago Coutinho, não estiveram despertas suficientemente para aquilo que se estava a celebrar", atirou.

Marcelo Rebelo de Sousa considera que, se não fossem as Forças Armadas, o centenário da travessia do Atlântico Sul teria escapado a grande parte do país. E, em memória dos dois aviadores, o Presidente da República procura agora compensar essa alegada falha.

"Entregarei nas mãos do sr. almirante chefe do Estado-Maior da Armada as insígnias correspondentes a uma Ordem que não existia no momento em que eles [Sacadura Cabral e Gago Coutinho] atravessaram o Atlântico Sul, que acabou de ser criada, a Ordem de Camões", anunciou o Presidente da República.

"Assim como Camões projetou Portugal no mundo, eles projetaram Portugal no mundo, pelo seu feito", frisou.

Uma projeção, que sublinha o Presidente, continua no presente e no futuro, pela missão das Forças Armadas.

"Hoje temos quem esteja a cumprir uma missão similar àquela que esses dois heróis cumpriram, um pouco por todo o mundo. As nossas forças nacionais são hoje o símbolo da presença universal de Portugal", acrescentou.

Rita Carvalho Pereira