As cartas de amor escritas por sóror Mariana Alcoforado ao marquês de Chamilly, um nobre francês, inspiraram a Herdade do Rocim a produzir um vídeo de promoção da gama de vinhos com o nome da religiosa de Beja.
O romance deu brado e as cartas de amor ganharam o cunho da eternidade, retratando uma paixão tórrida, platónica entre Mariana Alcoforado, em regime de clausura no convento bejense de N. Sr.ª da Conceição, e o marquês de Chamilly.
"Sei bem que uma freira raramente inspira amor; no entanto, parece-me que, se a razão fosse usada na escolha, deveriam preferir-se às outras mulheres: nada as impede de pensar constantemente na sua paixão. Amei como uma louca, tudo desprezei!"
Este é um excerto de uma das cartas escritas pela religiosa e que inspiraram um produtor de vinhos - Herdade do Rocim - a lançar "O Amor de Mariana".
O vídeo, de curta duração - pouco mais de um minuto - contém algumas das frases mais marcantes das cartas de amor deixadas pela freira ao seu amado.
"Bem vejo que te amo como louca. No entanto, não me queixo de toda a violência dos arrebatamentos do coração (...)", escreveu Mariana Alcoforado.
Este amor que a religiosa nutria pelo oficial que lutava na Guerra da Restauração, em pleno século XVII, causou escândalo e chegou aos nossos dias através das cinco Cartas Portuguesas que Sóror Mariana escreveu.
Produção dentro de portas com a prata da casa
O vídeo destina-se a promover a gama de vinhos Mariana, teve como intérpretes algumas das mulheres da equipa e como cenário a adega e as vinhas da Herdade do Rocim, localizadas entre Cuba e Vidigueira, no Baixo Alentejo.
A história de amor continua a inspirar os enólogos Catarina Vieira e Pedro Ribeiro. Após o lançamento, há um ano, para o mercado português, mantêm a aposta na gama de vinhos Mariana para «espalhar pelo mundo a história de amor da freira e do oficial francês» e há países que já estão rendidos.
De início, Portugal foi a aposta forte da empresa com a gama Mariana, branco, tinto e rosé, mas Estados Unidos, Suíça e Brasil são mercados que já há muito se deixaram encantar pela versão nacional do romance Romeu e Julieta.
Pedro Ribeiro sublinha que «veio corresponder na plenitude à ideia que tínhamos de democratizar o acesso a esta história de amor e, ao mesmo tempo, lançar uma gama que tem todo o potencial para crescer».