"Lembro-me de quando me levantei, o meu irmão me disse que a guerra começou", contou à TSF Svitlana Kovalevska que veio de Kiev e chegou a Coimbra em abril do ano passado.
A comunidade ucraniana organizou em Coimbra uma marcha para assinalar um ano da invasão russa para lembrar as vítimas. A comunidade local também se juntou aos ucranianos.
"Slava Ukraini" foi uma das frases ecoadas na marcha que em Coimbra assinalou um ano de guerra na Ucrânia. O desfile, organizado pela comunidade ucraniana, partiu da Praça da República com destino ao Pavilhão Centro Portugal, no Parque Verde. "Hoje faz um ano desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em larga escala e lembramos todas as vítimas da guerra e sensibilizamos para a guerra que está em curso", assinalou Olga Filipova, da organização.
Para a ucraniana, a viver em Portugal há alguns anos, "a guerra continua, a guerra está na Europa - e não está só na Ucrânia - e cada um de nós pode fazer todos os possíveis para acabar com a guerra".
A chuva atrasou o início do desfile marcado para as 17h30, mas não demoveu os participantes. Segundo a PSP, estavam cerca de 200 pessoas nesta marcha.
Svitlana Kovalevska veio de Kiev e chegou a Coimbra, com o filho menor, em abril do ano passado. Hoje, fez questão de se juntar à comunidade na marcha pela liberdade: "Lembro-me de tudo. Lembro-me de quando me levantei, o meu irmão me disse que a guerra começou", afirma, sublinhando que "não é fácil".
A adaptação à nova vida, diz, "não é fácil", ainda assim considera que "os portugueses ajudam muito".
Entre as dificuldades aponta a língua: "não sabemos o que fazer, com quem falar, mas os portugueses, com um coração muito grande, ajudam muito".
Também os residentes de Coimbra juntaram-se à comunidade ucraniana. À TSF, Adelaide Ferreira dizia que uma das razões para participar é por estar "absolutamente consternada com a realidade que observamos nos meios de comunicação social em torno da Ucrânia".
"Trata-se de defender a democracia e a liberdade. Devemos efetivamente estar com a Ucrânia", acrescentouIMG_5235.jpegIMG_5233.jpeg.
Além das bandeiras da Ucrânia, havia vários cartazes onde se lia, por exemplo, "paz é vitória da Ucrânia" ou "paz é feita no campo de batalha". Uma das participantes tinha ainda um cartaz com a imagem de Vladimir Putin e a mensagem, em inglês, para parar Putin e a guerra.
Foram ainda distribuídos 52 cartazes, sendo que cada um, segundo Olga Filipova, "representa uma semana da guerra". As imagens foram deixadas no Pavilhão Centro Portugal onde, no passado dia 15 de fevereiro, inaugurou uma exposição da fotojornalista ucraniana Julia Kochetova, a viver em Kiev. A exposição é coordenada por Paulo Guerra, juiz desembargador do Tribunal da Relação de Coimbra.
Já no Pavilhão Centro Portugal, o presidente da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva, afirmou que "Coimbra, o povo português, está completamente solidário com o povo ucraniano".
"Só tenho pena de nós sermos um pequeno país e não podermos ajudar ainda mais a Ucrânia. Vamos enviar três tanques Leopard para a Ucrânia. É muito pouco, mas também temos poucos mais. Gostaríamos de enviar 300, mas não temos tantos. Gostaríamos de apoiar mais ainda do que temos feito porque a Ucrânia está a defender a Europa. A Ucrânia está a defender a liberdade".