No Dia Europeu da Terapia da Fala, alerta-se para a falta de profissionais disponíveis para prestar este apoio na rede pública,
Faltam terapeutas da fala no Serviço Nacional de Saúde e não existe uma preocupação do Governo em colmatar esta lacuna, alerta Alexandrina Martins, membro do departamento de linguagem da Sociedade Portuguesa de Terapia da Fala.
Há terapeutas da fala nos centros de saúde, nos hospitais, em centros de reabilitação, em escolas, mas o número de profissionais que que está a trabalhar nestas unidades "ainda é muito escasso e não chega para todas as solicitações que vão surgindo".
Só quem tem mais meios financeiros consegue ter acesso garantido aos tratamentos de que necessita, lamenta a especialista em declarações à TSF.
"Apesar de ser uma profissão que está a crescer, é ainda muito difícil que as pessoas tenham acesso a este tipo de serviços na rede pública e, portanto, muitas vezes aquilo que acontece é que fica o acesso condicionado para quem tem mais dificuldades financeiras ou para quem está numa situação financeira um pouco mais instável."
A Sociedade Portuguesa de Terapia da Fala lamenta que o Estado não olhe para este problema como uma prioridade.
"Falta apoio", considera Alexandrina Martins. "Falta haver uma preocupação maior por parte dos decisores para contratar terapeutas da fala, para poderem estar em vários contextos, quer de adultos, quer de adolescentes, quer de crianças."
Alexandrina Martins não tem dados concretos, mas sublinha que os terapeutas da fala estão sobrecarregados, com "um número excessivo de crianças ao seu encargo", e não conseguem chegar a todos.
"Tentamos sempre dar o melhor dos cuidados à pessoa que temos na nossa frente naquele momento, o grande problema é não conseguirmos chegar a todas as pessoas que precisam deste tipo de apoio."