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Igrejas francesas vandalizadas: "Não são apenas pedras, são símbolos da nossa fé"

Martin Sylvest/EPA

Na Igreja de Santa Madalena, em Angers, 12 estátuas foram decapitadas.

As igrejas católicas continuam a ser alvo de vandalização em várias cidades francesas. O caso mais recente aconteceu na semana passada em Angers, onde duas igrejas foram vandalizadas: dezenas de estátuas destruídas, muitas delas com santos decapitados. Os prejuízos foram avaliados a dezenas de milhares de euros e vão ser necessários vários meses para restaurar os estragos.

O padre Magloire Djaba Tossou descobriu os estragos depois da hora de almoço. A Igreja de Santa Madalena, em Angers, tinha acabado de ser vandalizada, 12 estátuas foram decapitadas, como nos conta; "temos uma magnífica Pietá perto desta cruz, que foi completamente destruída e decapitada. Deste lado, temos o altar da virgem Maria. Podemos imaginar que os vândalos tinham todo o material que precisavam".

No chão, os destroços testemunham os atos de violência. Os autores agiram rápido já que a igreja esteve aberta, sem vigilância, entre as 11h e 14 horas.

"É assustador ver que as estátuas foram destruídas, decapitadas. Não conseguimos imaginar a violência destas pessoas. Gostaríamos de conhecer as motivações que levaram estas pessoas a fazer isto. Entrar numa igreja, num espaço de culto. Para nós isto não são apenas pedras, são símbolos da nossa fé", descreveu o padre Magloire Djaba Tossou.

Os membros da paróquia foram avisados pelo padre e estão preocupados. "O mais grave é que atingiram a nossa fé. Os estragos são muito importantes", afirma um habitante de Angers.

Os habitantes deploram um ataque contra o património da cidade. O presidente da câmara de Angers, Jean-Marc Verchère, condenou com "a maior firmeza este ato hediondo". ".Manifesto o meu apoio aos paroquianos, e mais amplamente à comunidade católica, muito afetada por estas degradações que acontecem depois das celebrações da Páscoa", indicou em comunicado de imprensa.

Também o ministro do Interior, Gérald Darmanin, condenou os atos de violência. "Expresso todo o meu apoio aos católicos franceses", escreveu o ministro, garantindo que "tudo será feito para desafiar os autores destes ataques ao património."