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Borrell desafia Lula a visitar a Ucrânia para ter "credibilidade" a falar de paz

Josep Borrell Olivier Hoslet/EPA

Josep Borrell manda recado a Lula da Silva: "Não se pode colocar no mesmo saco o agressor e o agredido."

O Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, lançou, esta segunda-feira, no Luxemburgo, o desafio a Lula da Silva para visitar a Ucrânia. O chefe da diplomacia europeia considera que para se falar de paz com "credibilidade e honestidade" é preciso conhecer no terreno "quem é o agressor e quem é o agredido".

"É preciso ser muito claro sobre o que está a acontecer. Há um agressor que violou a Carta das Nações Unidas e invadiu outro país, e há uma vítima dessa agressão", afirmou Borrell, considerando que "não se pode aceitar este tipo de abordagem venezuelana, que diz que um não quer parar e o outro também não".

"Não se pode colocar no mesmo saco o agressor e o agredido", defendeu o chefe da diplomacia, considerando que será preciso conhecer no local o resultado da agressão russa à Ucrânia.

"Quero recordar a situação horrível que se vive no terreno a todas as pessoas que apelam à paz. Também eu estou a apelar à paz. Mas onde estavam esses apelos quando a Rússia estava a concentrar tropas nas fronteiras?", questionou.

"Todos nós queremos a paz e, em primeiro lugar, os ucranianos e, até lá, continuaremos a apoiar a defesa da Ucrânia", afirmou Borrell, lançando o desafio aos que falam de paz na Ucrânia.

"Recentemente, a China e o Brasil lançaram algumas ideias sobre a paz. Para esforços de paz credíveis e honestos é preciso falar com Kiev e ir até lá para ver a agressão através dos seus olhos e dos olhos daqueles que estão a ser bombardeados", defendeu Borrell.

João Francisco Guerreiro, correspondente em Bruxelas