A 28 de maio, vão a votos 12 das 17 regiões autónomas espanholas, todos os municípios do país e as cidades autónomas de Ceuta e Melilla.
Espanha está desde esta sexta-feira em campanha eleitoral para as regionais e municipais de 28 de maio, com as últimas sondagens a darem a vitória aos socialistas, embora percam votos, e o avanço da extrema-direita em todo o território.
Em 28 de maio, vão a votos 12 das 17 regiões autónomas espanholas, todos os municípios do país e as cidades autónomas de Ceuta e Melilla, em cerca de 8.200 eleições num só dia.
Por terem tido eleições antecipadas ou estarem com um calendário próprio, Andaluzia, Castela e Leão, Catalunha, Galiza e País Basco não têm eleições este ano.
Nas 12 comunidades autónomas em que há eleições, o Partido Socialista (PSOE) lidera os governos regionais de nove (Aragão, Astúrias, Baleares, Canárias, Castela La Mancha, Comunidade Valenciana, Extremadura, Navarra e Rioja); o Partido Popular (PP, direita) de duas (Madrid e Múrcia) e o Partido Regionalista da Cantábria de uma (Cantábria).
Segundo uma sondagem divulgada na quinta-feira do Centro de Investigações Sociológicas (CIS), que é a maior feita no país, globalmente, o PSOE será o partido mais votado em 28 de maio, com perto de 32% dos votos, seguido do PP, com 27,3%.
Os partidos à esquerda do PSOE alcançarão, segundo a mesma sondagem, cerca de 8%, enquanto a extrema-direita do VOX terá perto de 7%, com uma distribuição que lhe permitirá entrar pela primeira vez em todos os parlamentos autonómicos das 12 regiões que têm eleições.
O estudo tem também sondagens para cada uma das regiões que têm eleições, segundo as quais o PSOE conseguirá ganhar nas Astúrias, Baleares, Canárias, Castela La Mancha e Extremadura, embora em alguns casos perca votos.
Noutras duas regiões - Comunidade Valenciana e Navarra - mesmo não sendo o partido mais votado, o PSOE poderá continuar à frente dos governos, porque a soma dos partidos de esquerda supera a aliança à direita.
A Comunidade Valenciana, a quarta maior região espanhola em número de população, é atualmente a principal autonomia liderada pelos socialistas, através de uma coligação com partidos de esquerda, de extrema-esquerda e de âmbito regional que poderá ser reeditada após este 28 de maio, segundo a sondagem.
Quanto a Aragão e La Rioja, a sondagem sugere um empate técnico entre PSOE e PP e é inconclusiva em relação a possíveis alianças pós-eleitorais, pelo que os socialistas poderão perder estes governos regionais para a direita.
Já o PP, segundo o estudo, vai manter Múrcia e Madrid, neste último caso, com a possibilidade de maioria absoluta.
Quanto à Cantábria, o Partido Regionalista da Cantábria, que governa a região aliado com o PSOE, cai para terceiro lugar, enquanto o PP será o partido mais votado, seguido pelos socialistas, não sendo claro que governo poderá sair das eleições.
A sondagem do CIS confirma também o desaparecimento do Cidadãos (direita) do mapa autonómico espanhol, como têm dito politólogos e outros analistas, que consideram ser este um dos motivos para o inevitável crescimento do PP nas eleições deste ano.
Quanto ao VOX, confirma-se a expansão do partido da extrema-direita, que no ano passado entrou pela primeira vez num governo em Espanha, no executivo regional de Castela e Leão, coligado com o PP.
O PP ganhou aliás as duas eleições regionais do ano passado, em Castela e Leão e na Andaluzia, onde conquistou uma maioria absoluta.
Quanto às municipais, a sondagem de quinta-feira tem estudos relativos a grandes cidades e mantém Barcelona, Sevilha e Valência, onde os analistas dizem haver "batalhas" mais renhidas, nas mãos dos partidos que atualmente as governam (o PSOE em Sevilha, e outras forças da esquerda e de âmbito regional em Valência e Barcelona).
Em Madrid, a sondagem dá a vitória ao PP, mas sem maioria absoluta e com a possibilidade de uma aliança de esquerda retirar o governo da cidade à direita.
O CIS é um organismo público que periodicamente faz sondagens sobre intenções de voto que, ao contrário das publicadas por meios de comunicação social privados, têm dado vantagem ao PSOE em estudos feitos a pensar em eleições legislativas nacionais, como as que estão previstas em Espanha para dezembro.
A maioria das sondagens tem dado vantagem ao PP, mas não são conclusivas quanto a maiorias resultantes de alianças à esquerda e à direita, com os analistas a concluírem que, mais uma vez, a chave da governação de Espanha poderá acabar nas mãos de partidos de âmbito regional, como os independentistas catalães e bascos que viabilizaram o atual Governo espanhol, liderado pelo socialista Pedro Sánchez.
Um desses partidos é o EH Bildu, que apresentou listas para as municipais no País Basco com antigos membros da organização terrorista ETA, alguns deles condenados, incluindo por assassinatos.
O PSOE já disse que são listas que não lhe agradam, mas afirmou que se recusa a usar a ETA como arma política.
O PP defendeu que em 28 de maio também vai a votos a aliança do PSOE com partidos como o EH Bildu.