Sociedade

Associação de Agentes e Corretores de Seguros alerta para pressões da banca

O presidente da Associação Nacional de Agentes e Corretores de Seguros apela aos partidos a aprovação de um regime que permita aos portugueses a liberdade de escolha Manuel de Almeida/Lusa

O presidente da Associação Nacional de Agentes e Corretores de Seguros lança um alerta a quem faz leis em Portugal.

O presidente da Associação Nacional de Agentes e Corretores de Seguros, David Pereira, pede a legisladores e reguladores para olhar com mais atenção para a atividade bancária que exerce pressões sobre os clientes.

"As práticas que têm sido utilizadas nos últimos tempos, em que a banca, sempre com a ameaça de um spread, uma coisa irrealista que nem se percebe muito bem, obriga a fazer uma série de coisas. Obriga a pessoa que vai adquirir dinheiro para comprar a sua casa a comprar mais isto e aquilo e também a um seguro de vida e um seguro multirriscos. A pressão que é exercida pela banca sobre o seu cliente para comprar tudo ao balcão do seu banco é brutal. O cliente pode dizer: 'não, vou comprar à mediação independente, aos profissionais, mediadores' e aí surge a ameaça do spread. Se fizer um seguro fora do banco, vamos aumentar o spread. Esta ameaça tolhe as pessoas, que não sabem o que significa aumentar spread ou quantificar qual será esse aumento e imediatamente recuam", alertou à TSF David Pereira.

O responsável apela também aos partidos com assento parlamentar, reguladores e ao próprio Governo a aprovação de um regime, ainda que com caráter de exceção e temporário, que permita aos portugueses a liberdade de escolha das entidades com as quais pretendem contratualizar seguros no crédito à habitação, tal como já prevê a lei.

"Sensibilizar o nosso Parlamento, os partidos com assento parlamentar, os decisores, o Governo e os reguladores para esta nossa preocupação em relação às famílias. O Governo deveria liberalizar sem compromissos de maneira nenhuma, com as pessoas a poderem fazer o seguro onde quiserem. Somos um Estado livre. Não podemos estar pressionados, seja porque entidade for, a comprar aqui ou ali. Queremos é que o Estado, o Governo português e todos os parlamentares legislem para liberalizar o comércio dos seguros de vida. As pessoas não pode estar sujeitas a pressões e ameaças", acrescentou o presidente da Associação Nacional de Agentes e Corretores de Seguros.

No entanto, David Pereira considera que a lei está a ser condicionada pelas pressões da banca, que faz depender a concessão de empréstimos dos pacotes de seguros que oferece quando, no seu entender, permitem poupanças de quase 50% por mês se forem feitos com mediadores independentes.