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Stoltenberg rejeita falar sobre envio de F-16 para a Ucrânia e insiste em mais munições

Jens Stoltenberg não falou sobre a decisão, por exemplo, dos Países Baixos, de enviar estas aeronaves de combate Olivier Matthys/EPA (arquivo)

O número dois do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia disse que o Ocidente estava a incentivar uma escalada da guerra e que poderia ser implicado nessa decisão.

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) recusou esta terça-feira comentar a disponibilidade de vários países para enviarem caças F-16 para a Ucrânia, insistindo na necessidade de acelerar a produção de munições.

"É extremamente importante aumentar a produção de munições", disse Jens Stoltenberg à entrada de uma reunião dos ministros da Defesa da União Europeia (UE), em Bruxelas, para a qual o secretário-geral da NATO foi convidado.

Stoltenberg foi questionado sobre a decisão do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na última semana, de autorizar que países que pertencem à NATO e à UE enviem caças F-16 para a Ucrânia.

Contudo, o secretário-geral da Aliança Atlântica quis apenas referir-se à formação que vai ser dada a pilotos ucranianos para os equiparar "aos padrões de aviação de combate modernos da NATO".

Apesar da insistência dos jornalistas, Jens Stoltenberg não falou sobre a decisão, por exemplo, dos Países Baixos, de enviar estas aeronaves de combate.

Stoltenberg disse que vai participar na reunião desta terça-feira na tentativa de mobilizar a "base industrial transatlântica" para produzir munições de grande calibre, especificamente de 155 milímetros, que são as utilizadas pelas Forças Armadas da Ucrânia.

Face à decisão dos países que apoiam a Ucrânia de aceder ao pedido que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, tem feito há meses, o número dois do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia disse no sábado, citado pela Agência de Notícias Russa, que o Ocidente estava a incentivar uma escalada da guerra e que poderia ser implicado nessa decisão.

Os Estados-membros da NATO - cuja maioria faz também parte da UE - tinham até agora frustrado as ambições da Ucrânia de receber aeronaves de combate modernas por receio da sua utilização para atacar o território russo em retaliação pela invasão que começou há mais de um ano e que já provocou a maior crise de refugiados desde a II Guerra Mundial.

No entanto, Zelensky assegurou ao homólogo norte-americano que apenas seriam utilizadas para defender o território ucraniano.

Lusa