Cultura

Uma orelha com um brinco, uma gargalhada, um choro, uma luz.

Filipe Ferreira

Pérola sem rapariga, uma encenação de Zia Soares, da Odisseia Nacional do teatro D. Maria II, e está esta sexta-feira, 9 de junho, na Casa da Criatividade, em São João da Madeira.

Zia Soares vai buscar aos poemas da poeta Robin Coste Lewis, no livro Voayge of the Sable Venus anda Other Poems, o inicio de tudo, depois desafia a escritora Djaimilia Pereira de Almeida, para fazerem um espectaculo, em tempo real na criação, e daí surge Pérola sem Rapariga, também com a fotografia de Alberto Henshel.

Em cena o artista visual Kiluanji Kia Henda mostra direcções possiveis com a música do rapper Xullaji, e é numa das fotos de Alberto Henshel onde há uma mulher negra, numa pose encenada, para a foto, mas quem um imenso mundo lá por detrás.

Podiam ser estes os pontos de partida mas Zia Soares, Djaimilia Pereira de Almeida e duas atrizes em cena que trazem a gargalhada como matéria prima, que chega ao choro e a luz, a luz ténue até à luz que dói, intensa, na fronteira da dor.

Na orelha de um mulher há um brinco, uma gargalhada, um choro e uma luz que vai subindo a intensidade até ao limite do olhar, a ferir, até ao silêncio do escuro.

direção e encenação Zia Soares

com Filipa Bossuet, Sara Fonseca da Graça

artista visual Kiluanji Kia Henda

instalação e figurinos Neusa Trovoada

composição e design de som Xullaji

design de iluminação Carolina Caramelo

assistência à encenação de movimento Lucília Raimundo

vídeo promocional António Castelo

assistência geral Aoaní d'Alva

coprodução Teatro Nacional D. Maria II, SO WING

apoio Polo Cultural Gaivotas Boavista

Zia Soares é uma artista apoiada pela apap - Feminist Futures, projeto cofinanciado pelo Programa Europa Criativa da União Europeia.

Pérola sem rapariga, está na Odisseia Nacional do Teatro D. Maria II e tem sessão esta noite às 21h30, na Casa da Criatividade, em São João da Madeira.