Sociedade

JMJ: Papa visita projeto de inclusão em Cascais e encontra-se com refugiados na Católica

Papa Francisco Riccardo Antimiani/EPA

O papa Francisco vai benzer a primeira pedra do novo edifício da Universidade Católica Portuguesa. Na agenda estará também um encontro com as vítimas de abusos sexuais da Igreja.

O papa Francisco vai estar em Lisboa entre 2 e 6 de agosto para presidir a Jornada Mundial da Juventude. Até agora, nada se sabia sobre o programa oficial da visita do líder da Igreja Católica, mas, de acordo com a informação a que a TSF e o jornal digital Sete Margens tiveram acesso, durante a Jornada Mundial da Juventude, o papa vai visitar a Escola Conde Ferreira, em Cascais, para conhecer um projeto de inclusão.

Trata-se de uma aplicação em Portugal do Scholas Occurrentes ("escolas de vizinhos"), um projeto pedagógico desenvolvido por José María del Corral, que usa a arte, a tecnologia e o desporto para promover a inclusão social.

Em declarações à TSF, o coordenador do Scholas Occurrentes em Portugal, Francisco Martin, refere que a visita do papa a Cascais é um estímulo e uma responsabilidade.

"Estou completamente feliz, e, mais uma vez, muito agradecido pela confiança sempre próxima de nós. Para nós, é uma forma de continuar a fazer isto, de continuar entusiasmados, de continuar com esperança de que provavelmente estamos a tentar fazer uma mudança real na nossa cultura", afirma.

"Sempre que temos oportunidade de tirar um tempo com ele, estar e conseguir ouvir, tentar responder ao seu chamamento, é para nós um estímulo e uma responsabilidade", garante. Francisco Martin confessa, no entanto, que não sabe se terá palavras para falar com o papa, mas "o importante é ouvir".

O coordenador do Scholas Occurrentes adianta que está a ser preparado um projeto para ser apresentado ao papa: a "Vida Entremundos", que "tenta ser uma síntese do que nós fazemos nas escolas e que tem a ver com tentar criar uma cultura de encontro, reunindo jovens de diferentes realidades e religiões".

"Durante os meses de junho e julho, estarão a fazer uma obra aqui em Cascais, que tenta expressar o que acontece na vida de cada grupo de jovens. Temos idosos a fazer o mesmo para que cada um deles consiga expressar num mural, de forma escrita, a sua própria vida. Depois, a nossa metodologia é juntar tudo para apresentar uma obra que tenta ser a maior obra do mundo. É uma síntese para que percebam que todos fazemos parte de uma obra, mas cada um tem a sua própria singularidade que precisa de ser expressada", explica.

No dia 3 de agosto, o papa Francisco visita a Universidade Católica e os estudantes refugiados que por ela foram acolhidos. Aqui vai benzer também a primeira pedra do novo edifício da Universidade Católica Portuguesa, situado do lado norte do atual campus na Palma de Cima, entre a Azinhaga das Galhardas e a Avenida Lusíada.

A ida a Fátima está prevista para o dia 5, sábado de manhã, com um mais do que provável apelo à paz. O encontro com vítimas de abusos sexuais da Igreja será mantido em segredo.

A informação oficial sobre o programa da Jornada Mundial da Juventude será dada em conferência de imprensa esta terça-feira, às 10h45.

Considerado o maior acontecimento da Igreja Católica, a JMJ vai realizar-se entre 01 e 06 de agosto, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas.

As principais cerimónias da jornada decorrem no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.

A JMJ nasceu por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.

A edição deste ano, que contará com o Papa Francisco, esteve inicialmente prevista para 2022, mas foi adiada devido à pandemia da Covid-19.

* Notícia atualizada às 09h43

TSF