A designada Lei de Proteção Eugénica, manteve-se em vigor desde o fim da II Guerra Mundial até 1996.
Pelo menos 16.500 pessoas, incluindo crianças, foram esterilizadas à força no Japão durante quase 50 anos - entre 1948 e 1996, - ao abrigo de uma lei que tinha como objetivo prevenir o nascimento de "descendentes de pouca qualidade".
A estimativa surge num relatório de 1400 páginas entregue esta semana no Parlamento japonês e esta quarta-feira noticiado pelo jornal britânico The Guadian.
Entre os milhares de pessoas forçadas à esterilização sabe-se agora que há crianças, incluindo pelo menos um rapaz e uma rapariga de com apenas nove anos.
Outras oito mil pessoas terão dado o seu consentimento para a operação de esterilização - provavelmente coagidas, aponta o relatório, enquanto muitas pensavam que iam ser apenas submetidas a uma apendicectomia.
Em causa está um projeto eugénico para "reconstruir" a sociedade japonesa depois da II Guerra Mundial que passava pela prevenção de bebés considerados "inferiores" através da esterilização de pessoas com doenças hereditárias ou deficiências motora, cognitiva ou mental.
O governo já pediu desculpa pela dor causada às vítimas e em 2019 os deputados aprovaram uma indemnização para financiar a reversão de processos de esterilização, que pode ser pedida até abril do próximo ano.
Até agora apenas 1049 mulheres receberam o dinheiro - 3,2 milhões de ienes (cerca de 21 mil euros) por pessoa.