Sociedade

"Matar o mercado de arrendamento." Proprietários querem que Governo clarifique se vai limitar subida das rendas

Entrevista a Luís Menezes Leitão, presidente da Associação Lisbonense de Proprietários Sara Matos / Global Imagens (arquivo)

À TSF, Luís Menezes Leitão diz que importa "saber com o que contam" para não ser criada uma expectativa e depois, quando for publicada a portaria com o índice de atualização das rendas, serem apanhados de surpresa.

O presidente da Associação Lisbonense de Proprietários (ALP), Luís Menezes Leitão, considerou esta segunda-feira, em declarações à TSF, que o Governo está "artificialmente a colocar os proprietários em prejuízo", caso decida voltar a congelar a subida do valor das rendas, pedindo esclarecimentos.

"Os proprietários que não conseguem, de facto, atualizar as rendas em relação à inflação, ao contrário do que todos os outros conseguem", disse à TSF. "Sobe a taxa de juro do Banco Central Europeu, sobe a Euribor e, em consequência disso, as pessoas aumentam as suas prestações e, portanto, neste caso, os proprietários privados estão a ser discriminados", acrescentou.

Para Menezes Leitão, importa "saber com o que contam" para não ser criada uma expectativa e depois, em outubro de 2024, quando for publicada a portaria com o índice de atualização das rendas, serem apanhados de surpresa.

"Está a ser aplicado um congelamento de rendas que só serve para destruir a confiança e matar o mercado de arrendamento", insistiu.

Além disso, o mesmo responsável pela ALP criticou também o pacote Mais Habitação, no que diz respeito às rendas antigas.

"A verdade é que há uma compensação prometida, mas nunca foi realizada", afirmou Menezes Leitão, referindo-se à transição dos contratos anteriores a 1990 para o novo regime de arrendamento urbano.

"E o que nós estamos a verificar é uma situação que a nosso ver constitui uma injustiça enorme, porque qualquer inquilino que ganha até cinco salários mínimos anuais está protegido nesta situação", considerou.