Inês Sousa Real aponta as palavras do Papa Francisco na encíclica "Laudato Si'", em que este escreve que "é contrário à dignidade humana fazer sofrer inutilmente os animais".
O Pessoas-Animais-Natureza defende que não se realizem touradas durante a Jornada Mundial da Juventude, no próximo mês de agosto, e entregou um requerimento na Assembleia da República para que sejam suspensas as corridas previstas para o período em que o Papa Francisco visita Portugal.
Para o partido, nota Inês Sousa Real, permitir estes eventos "não faz sentido, tendo em conta até a importância e relevância que os jovens dão hoje a temas como a proteção ambiental e animal", mas também atendendo ao que o Papa escreveu na encíclica "Laudato Si'".
Na obra, Francisco "invoca que, de facto, é contrário à dignidade humana fazer sofrer inutilmente os animais e dispor indiscriminadamente das suas vidas", aponta Sousa Real, pelo que o Governo deve ter alguma "medida de clemência para com os 30 touros que está previsto serem de alguma forma massacrados na arena durante o período da visita".
Embora estas touradas não decorram em Lisboa, onde decorre a JMJ, a líder do PAN assinala que Portugal "tem aqui uma oportunidade de passar uma mensagem" e que esta "não deve ser perdida relativamente à proteção e ao compromisso ambiental invocado pelo Papa na encíclica", mas também à "proteção ambiental".
"Não nos faz qualquer sentido que seja esse o cartão de visita que queiramos deixar durante a presença de Sua Santidade em Portugal", aponta a parlamentar.
Além das touradas, o PAN quer também fazer chegar ao líder da Igreja Católica uma outra preocupação: os maus-tratos contra animais de companhia em Portugal.
Uma vez mais, é nas palavras do Papa Francisco que o partido se baseia, porque "é de facto contrário à dignidade humana estarmos aqui a infligir maus-tratos e que Portugal não dê este passo civilizacional de vir a abolir práticas que possam ser contrárias a estes mesmos valores".
No ponto 130º carta encíclica Laudato Si', Papa Francisco escreve que "embora o ser humano possa intervir no mundo vegetal e animal e fazer uso dele quando é necessário para a sua vida", o Catecismo "ensina que as experimentações sobre os animais só são legítimas 'desde que não ultrapassem os limites do razoável e contribuam para curar ou poupar vidas humanas'" e que "é contrário à dignidade humana fazer sofrer inutilmente os animais e dispor indiscriminadamente das suas vidas".