Luís Montenegro lamenta "a forma quase anedótica como o primeiro-ministro português" exige "aposta da Europa" no Plano de recuperação, "fazendo o contrário em Portugal"
O presidente do PSD, Luís Montenegro criticou, esta quinta-feira, a presidente da Comissão Europeia, por a colega de partido, na família política europeia, não ter "uma palavra de maior exigência com o governo Português", a propósito dos planos para a execução do PRR.
Luís Montenegro falava em Bruxelas, à margem da cimeira do PPE, lamentando o que diz ser uma oportunidade perdida para Portugal contribuir para o relançamento da economia europeia.
Montenegro responsabiliza a política do governo de António Costa, considerando que Portugal deveria estar na linha da frente do processo de relançamento da economia Europeia. Mas, também "a forma quase anedótica como o primeiro-ministro português se refere a estes assuntos, exigindo essa aposta na Europa, mas fazendo o contrário em Portugal".
"O doutor António Costa vem à Europa, dizer e exigir aos nossos parceiros europeus uma coisa que não faz em Portugal", afirmou Luís Montenegro. "Nós estamos a utilizar o maior instrumento de financiamento que tivemos na nossa história, desde que entrámos na União Europeia, o PRR, para suprir as lacunas de investimento público dos últimos oito anos de governo socialista", criticou.
A falar à entrada para a cimeira do Partido Popular Europeu, que habitualmente antecede as cimeiras europeias, Luís Montenegro não poupou críticas a Ursula Von der Leyen, pelos elogios que a colega na família política europeia tem dirigido ao plano português para as verbas do PRR.
"Não tem sido suficientemente enfática a anotar o erro da estratégia que o governo português segue, independentemente do respeito que a Comissão tem de ter pela estratégia governamental de cada Estado Membro, mas não tenho nenhum problema em assumir que se impunha à Comissão Europeia uma palavra de maior exigência para com o governo português", afirmou Montenegro.
Para o presidente do PSD, Ursula von der Leyen deveria "incentivar o governo português a dar à economia portuguesa condições para que ela possa gerar maior crescimento da economia, maior crescimento da economia que por sua vez é um pilar essencial do equilíbrio das finanças públicas".
Notícia atualizada às 12h24