O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos sublinha que trabalhadores "foram mandados de volta, apesar da gravidade da situação" na Faixa de Gaza.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos admitiu esta sexta-feira estar "profundamente preocupado" com o regresso forçado à Faixa de Gaza de milhares de palestinianos que trabalhavam em Israel.
Estes milhares de trabalhadores, que se encontravam em Israel na altura dos ataques do grupo islamita Hamas, em 7 de outubro, "foram mandados de volta, apesar da gravidade da situação" na Faixa de Gaza, sublinhou a porta-voz do Alto Comissariado, Elizabeth Throssell, na sua conferência de imprensa regular realizada em Genebra, na Suíça.
A Faixa de Gaza tem sido alvo de intensos bombardeamentos israelitas desde o ataque do Hamas, que provocou cerca de 1400 mortos, mais de 5400 feridos e durante o qual foram feitos mais de 240 reféns.
Em retaliação, Israel declarou guerra ao Hamas - organização considerada como terrorista por Israel, União Europeia e Estados Unidos - e tem bombardeado Gaza desde então.
As operações militares de Israel, que duram há 28 dias, já mataram mais de 9.000 palestinianos e provocaram mais de 20 mil feridos, segundo números do Hamas.
De acordo com as autoridades israelitas, cerca de 18.500 habitantes de Gaza tinham autorização de trabalho em Israel no início da guerra.
"Milhares de trabalhadores que estavam bloqueados em Israel desde 7 de outubro", o dia do ataque do Hamas, "foram enviados de volta" para Gaza, disse o responsável pelos postos fronteiriços de Gaza, citado pela agência francesa de notícias AFP.
Três dias depois do ataque, em 10 de outubro, Israel revogou todas as autorizações de trabalho concedidas aos habitantes de Gaza, segundo organizações não-governamentais israelitas de defesa dos direitos humanos.
"O exército e a polícia israelitas encarceraram os habitantes de Gaza" sem "qualquer base legal", acrescentaram as organizações.
A situação na Faixa de Gaza é considerada alarmante pela ONU, dado que o cerco imposto por Israel desde 9 de outubro privou os habitantes do abastecimento de água, alimentos e eletricidade.
A porta-voz da agência da ONU para os Direitos Humanos alertou esta sexta-feira que também a situação na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, é "alarmante e urgente", sublinhando, em particular, a violência dos colonos israelitas contra a população palestiniana.