Política

Temido a liderar PS? "Num futuro muito distante tudo é possível, no imediato é momento de serenidade"

A antiga ministra recusa que este seja um momento de "rei morto, rei posto" Carlos Pimentel/Global Imagens (arquivo)

Marta Temido refere que a inclusão do seu nome numa lista de potenciais sucessores de Costa no partido foi uma "brincadeira num momento quase de entrada de um caloiro numa instituição".

A antiga ministra da Saúde e atual deputada do PS Marta Temido admitiu esta terça-feira em direto na TSF, questionada sobre se pode ser candidata à liderança do PS, que "num futuro muito distante tudo é possível", mas no "imediato é momento de guardarmos serenidade".

O nome de Marta Temido chegou a ser incluído numa lista de potenciais sucessores de António Costa, mas a própria assegura que não passou "de uma brincadeira num momento quase de entrada de um caloiro numa instituição" e que, por isso mesmo, a hipótese de vir a ser líder "não parece que seja tema sequer".

"​​​​​​Às vezes pensa-se que rei morto, rei posto, e não é assim. Quem está na vida política também tem sentimentos, afetos e ligações e este é também o tempo dessa espécie de luto ser respeitado e cumprido", apontou, entrevistada em direto por Ana Cristina Henriques, depois de confrontada com a realidade de que os caloiros também crescem.

Sobre o momento da saída e demissão de António Costa, a antiga ministra confessa tê-lo ouvido com "uma mistura de sentimentos: por um lado, com amargura e aperto no coração" e, por outro, com o "orgulho e privilégio" de ter trabalhado em executivos liderados pelo primeiro-ministro agora demissionário.

"Numa frase, quem fica a perder são os portugueses", resumiu, elogiando a "grande dignidade e o enorme sentido de Estado e capacidade de estar à altura das exigências dos tempos que vivemos" demonstrados por Costa.

A ex-ministra adivinha agora que este vai ter "oportunidade de ter uma vida mais tranquila" e garante que o PS continuará a "honrar as responsabilidades para com todo o país".

O momento específico é agora o de "respeitar os tempos das instituições", começando pelo Presidente da República, também pelo Conselho de Estado e incluindo, entretanto, os partidos.

"Há que ter a capacidade de respeitar a gravidade dos momentos. Foram oito anos em nome de trabalho pela vida dos portugueses, implica que também se saiba guardar algum silêncio", assinalou.

O primeiro-ministro apresentou esta terça-feira a demissão ao Presidente da República, que a aceitou, depois de o Ministério Público ter anunciado que é alvo de inquérito autónomo no Supremo Tribunal de Justiça sobre projetos de lítio e hidrogénio.

De manhã, foram realizadas buscas em gabinetes do Governo, incluindo na residência oficial de São Bento, visando o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária, que foi detido para interrogatório.