O chefe de Estado justificou a entrega do grau de Grande Oficial da Ordem MIlitar de Sant'Iago de Espada ao pintor de 90 anos pelo «seu contributo para as Artes Plásticas no nosso país».
O Presidente da República condecorou, esta terça-feira, o pintor Nadir Afonso, de 90 anos, que diz que andou «toda a vida a tentar compreender a arte e ela não se compreende», com o grau de Grande Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago de Espada.
Na opinião de Cavaco Silva, esta homenagem serve para «expressar o reconhecimento do Estado pela sua vastíssima obra e pelo seu contributo para as Artes Plásticas no nosso país», algo que deu uma «imensa honra» ao chefe de Estado.
Cavaco Silva não hesitou em comparar o pintor ao cineasta Manoel de Oliveira, que recentemente fez 102 anos, e lembrou a recente operação à coluna a que Nadir Afonso se submeteu mas que não impediu o artista plástico de continuar a pintar.
«Em termos de rigidez e resistência, posso colocá-lo ao lado de Manuel de Oliveira», acrescentou o Presidente da República sobre um pintor que tem parte da sua obra feita desde 1934 em exposição no Palácio de Belém.
Depois de ser agraciado, Nadir Afonso revelou que o galardão o «reconforta» e que para falar de arte seria necessário «estar aqui 24 horas ou mais» num pequeno discurso que fez sentado, uma vez que não teve forças para o fazer de pé.
«Ser culto e inteligente para nada serve. Na arte é preciso trabalhar», acrescentou o pintor de 90 anos, que foi aplaudido pelos presentes numa cerimónia realizada no Palácio de Belém.