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Zelensky reconhece situação complexa, mas não acredita que Ucrânia esteja a perder a guerra

O líder da Ucrânia diz-se confiante em relação ao pagamento de 50 mil milhões de euros da União Europeia Sergey Dolzhenko/EPA

O chefe de Estado ucraniano considera que a Rússia "não conseguiu obter quaisquer resultados" este ano, incluindo chegar às fronteiras do Donbas.

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, reconheceu esta terça-feira que a situação no país é "complexa", mas sublinha que não considera que esteja a perder a guerra contra a Rússia.

O chefe de Estado ucraniano respondia a uma pergunta da BBC que falava da falta de soldados e da diminuição do apoio internacional.

Confrontado com este cenário, Zelensky reconheceu que a situação é "complexa" e que o país tem sido muito castigado, com as infraestruturas, a economia e o abastecimento alimentar a sofrerem ataques diretos ou no ciberespaço.

"Não controlámos o ar, não temos as munições adequadas, mas isso não significa que não tenhamos encontrado uma saída", defende.

Volodymyr Zelensky explica ainda que uma vitória para a Ucrânia significa reconquistar a Crimeia e todos os territórios ocupados pela Rússia, destacando que a Constituição do país tem de ser respeitada.

O líder da Ucrânia, apesar disso, frisou que o país conseguiu libertar-se do bloqueio a que estava sujeito, numa intervenção em que começou por agradecer aos soldados pela vitória no Mar Negro.

O Mar Negro é a zona por onde o país exporta a maioria dos cereais e Zelensky aponta que a armada russa já não tem o seu domínio, pelo que a economia ucraniana não se encontra bloqueada.

Volodymyr Zelensky vai mais longe e afirma que a Rússia "não conseguiu obter quaisquer resultados" este ano, incluindo chegar às fronteiras do Donbas, elogiando as Forças Armadas e o povo ucraniano.

"Estou confiante de que os Estados Unidos não nos vão desiludir e que o que acordámos será cumprido", revela, acrescentando que está igualmente confiante de que o país receba os 50 mil milhões de euros da União Europeia.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.

Margarida Serra