Política

Gouveia e Melo reage a artigo de Cavaco Silva: "Parecia que estava a apoiar António José Seguro"

André Kosters/Lusa (arquivo)

O antigo militar considera que é o alvo do artigo do ex-Presidente da República por não ter experiência política

O candidato à Presidência da República, Henrique Gouveia e Melo, estranhou o perfil traçado no artigo publicado pelo antigo chefe de Estado Aníbal Cavaco Silva.

"Estranhei a posição, porque pelo perfil que o professor Cavaco Silva define para Presidente, parecia que estava a apoiar mais diretamente o candidato António José Seguro", lê-se numa notícia publicada pelo Expresso.

Gouveia e Melo explica a leitura: "Digo isto porque, para além do perfil geral comum que ele define - de alguém com experiência política anterior -, também traça um perfil de distanciamento partidário e de seriedade, que cabe melhor a António José Seguro que a Marques Mendes."

Para o candidato presidencial, Cavaco Silva "não teve a coragem de dizer, claramente, e assumir diretamente que é apoiante de Marques Mendes", que foi ministro quando Cavaco Silva era primeiro-ministro.

"Esperaria e parecia-me óbvio que fosse dizer que apoiava o candidato Marques Mendes", refere.

Henrique Gouveia e Melo considera que é o alvo da crítica feita por Cavaco Silva, "demonstrando que o ex-Presidente, que se considerava um não político, agora defenda a experiência de um político".

O antigo presidente da República Portuguesa Cavaco Silva destacou esta sexta-feira que os candidatos a chefe de Estado “podem prometer tudo e mais alguma coisa e dizer os maiores disparates”, mas o posto implica “qualificações específicas”.

Em artigo publicado no semanário Expresso, o também ex-primeiro-ministro social-democrata (1985-1995), sublinha que “não cabe ao Presidente (PR) legislar ou decidir e executar políticas, embora goze de um amplo espaço de intervenção pública”.

“São situações de tal forma decisivas para o futuro do País que desaconselho quem quer que seja a votar em candidatos que não sejam possuidores das qualificações específicas exigidas, independentemente dos predicados que possuam ter noutros domínios”, defendeu.

Rui Oliveira Costa