E o que acontece quando percebemos que alguém tem a nossa cara, o mesmo rosto? É um dos pontos de partida de Deux Pianos, de Arnaud Desplechin, cineasta que volta a implantar o habitual souplesse de outro candidato francês à Concha de Ouro: Deux Pianos, uma história de amantes no mundo da música clássica. Não entusiasma, mas é francamente sensual. Desplechin já teve melhores dias… Aqui por San Sebastián ainda se comenta o entusiasmo, ou melhor, a histeria em torno de Angelina Jolie, a estrela de Couture, de Alice Winocour. Depois de ter confessado que era importante ter feito um filme sobre a questão do cancro da mama, Jolie foi mesmo a estrela deste começo do festival. Na sessão de gala, foram muitos os aplausos. O filme já está adquirido para Portugal.
Mas o melhor até agora do festival vem precisamente de San Sebastián, Maspalomas, de Aitor Arregi e Jose Mari Goenaga, sentido retrato sobre a sexualidade de um homossexual que saiu do armário na terceira idade. Depois de um enfarte é obrigado a reinventar-se num lar de idosos. Divertido, mas sério e profundo ao mesmo tempo. Mais um grandíssimo triunfo do cinema basco.