Sociedade

Elevador da Glória: três mortos por identificar e seis feridos nos cuidados intensivos

Luís Neves, diretor nacional da Polícia Judiciária Manuel de Almeida/Lusa

O diretor-geral do GPIAAF informa que os dois veículos acidentados vão ser alvo de peritagens e promete publicação do relatório preliminar num prazo de 45 dias

A Polícia Judiciária e o Instituto de Medicinal Legal identificaram vítimas mortais de sete nacionalidades do descarrilamento do Elevador da Glória, sendo que ainda há três copos por identificar. A direção executiva do Serviço de Nacional de Saúde informa que há seis feridos nos cuidados intensivos.

O diretor nacional da Polícia Judiciária, Luís Neves, começou por endereçar condolências às famílias das vítimas mortais e rápida recuperação dos feridos, agradecendo o trabalho das forças de segurança e das equipas de socorro.

Luís Neves garante que o trabalho foi feito em "estreita colaboração" com o Instituto de Medicina Legal e articulou-se com as várias embaixadas, tendo criado uma linha direta para os familiares das vítimas estrangeiras, que recebeu mais de 200 chamadas.

"Estão plenamente identificados cinco cidadãos portugueses, dois cidadãos coreanos e uma vítima suíça através da Europol", explica. Além destes, "com um elevado grau de probabilidade", a PJ conseguiu identificar através de várias formas um alemão, dois canadianos, um ucraniano e um norte-americano.

"Faltam três que estamos a diligenciar para que o mais rapidamente consigamos identificar estas pessoas", garante o diretor da PJ.

Luís Neves revela que a recolha de prova no local já foi terminada, mas haverá ainda a recolha de outros tipos de informações, garantindo que tudo será feito com a maior celeridade, mas "com toda a segurança que todos os casos de investigação criminal precisam".

O diretor da Polícia Judiciária explica que está na posse de imagens de videovigilância, mas recusa falar dos meios de prova.

O diretor-executivo do SNS, Álvaro Almeida, explicou que os hospitais da cidade de Lisboa receberam 23 feridos e lamentou a morte de um dos feridos graves, anunciando ainda que há seis nos cuidados intensivos e todos os feridos ligeiros já obtiveram alta hospitalar.

"Dos feridos graves há um que ainda não foi identificado, a pessoa que morreu também ainda não foi identificada, e dos restantes há três de nacionalidade portuguesa, um de nacionalidade alemão, um de nacionalidade sul-coreana, um de nacionalidade suíça, uma senhora cabo-verdiana e uma marroquina", informa, acrescentando que entre os feridos ligeiros estão ainda outras nacionalidades.

Álvaro Almeida garante que o SNS respondeu "como tinha de responder": "As pessoas que continuam internadas estão a receber os melhores cuidados que dispomos."

O presidente do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, Francisco Côrte-Real, explica que foi acionada a equipa de desastres em massa e a equipa foi reforçada por elementos que chegaram de vários pontos do país.

"Isso permitiu que as autópsias médico-legais pudessem ser feitas ao longo de toda a noite. As 15 autópsias foram concluídas até ao início da tarde", revela, explicando que o 16.º corpo chegou também ao início da tarde e que a autópsia também já foi concluída.

As impressões digitais, o perfil genético e a fórmula dentária foram os meios utilizados para identificar as vítimas, mas explica que esse processo demora tempo.

O diretor-geral do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), Nelson Rodrigues de Oliveira, explica que o objetivo da investigação que está a fazer é apurar as causas do acidente e não procurar culpados.

Nelson Rodrigues de Oliveira explica que os indícios identificados durante a manhã "estão em fase de apuramento" e que os dois veículos serão transportados para um local seguro, onde irão ser feitas peritagens.

O GPIAAF está a preparar as entrevistas a todos os envolvidos e pretende publicar os primeiros factos apurados na sexta-feira, sendo que o relatório preliminar será publicado num prazo de 45 dias.

Nelson Rodrigues de Oliveira explica que o gabinete tem apenas um investigador para a área ferroviária, mas que irá recorrer a peritagens externas. Um dos veículos será retirado ainda esta quinta-feira, sendo que a outra não tem ainda previsão.

"Certamente que o Governo irá dotar o GPIAAF dos meios que necessita", antevê.

Rui Oliveira Costa