Ouvido pela TSF, o ex-ministro da Educação não esconde a "preocupação" com o número de alunos colocados na 1.ª fase de acesso ao Ensino Superior, o mais baixo em quase uma década
O antigo ministro da Educação João Costa manifestou esta segunda-feira, em declarações à TSF, a sua "preocupação" com a redução significativa do número de estudantes colocados no Ensino Superior na 1.ª fase do Concurso Nacional de Acesso. O ex-governante defendeu uma análise profunda a esta tendência, com várias causas associadas.
Este ano, candidataram-se menos de 50 mil estudantes ao Ensino Superior — menos nove mil do que em 2024 — e foram colocados 43.899 alunos, o que representa uma quebra de 12,1% face ao ano anterior.
“É um número claramente preocupante”, afirmou João Costa, destacando que esta diminuição já era expectável devido à tendência demográfica das últimas décadas em Portugal.
Temos vindo a assistir a uma redução do número de alunos no ensino básico e secundário, em particular nas últimas duas décadas, o que inevitavelmente acabaria por ter reflexos no ensino superior.
O antigo ministro apontou também alterações nas regras de acesso ao Ensino Superior como possíveis fatores com impacto na diminuição de candidatos e destacou as dificuldades económicas que afetam as famílias, especialmente no que toca ao custo de vida nas cidades universitárias.
“O preço dos quartos, a alimentação, tudo isto torna muito difícil para as famílias conseguirem manter os filhos a estudar fora da área de residência”, alertou.
Questionado sobre formas de tornar o Ensino Superior mais atrativo, João Costa defendeu ser “absolutamente fundamental” o reforço da ação social e o aumento da oferta de residências universitárias.
"Depois é preciso um diálogo muito sereno com as instituições, para fazer uma avaliação sobre se estas alterações no acesso ao ensino superior foram bem sucedidas. É avaliar caso a caso", concluiu.